Natal – O ecossistema de inovação do Rio Grande do Norte conquistou o primeiro hub de aceleradoras, composto por oito empresas de vários estados do país. O Hub de Aceleradoras do Sebraelab foi instalado na noite desta sexta-feira (28), como parte da programação do evento da Abstartups, StartupON, realizado durante todo o dia, em parceria com o Sebrae-RN, na sede da instituição, em Natal.
O Hub de Aceleradoras do Sebraelab Natal será composto por representação das aceleradoras Liga Ventures (São Paulo); ShiftT (Santa Catarina); WOW (Rio Grande do Sul); FI Boost Brasil (São Paulo); Avati Aceleradora (Paraíba); Rede+(Bahia): TroposLab (Minas Gerais) e Poti Ventures (Rio Grande do Norte), que passam a contar com um espaço exclusivo na sede do Sebrae, em Natal, para atendimentos presenciais, mas a expectativa é que a maior parte das demandas seja atendida de forma remota.
O objetivo da instalação desse centro de impulsionamento de startups e negócios inovadores no Rio Grande do Norte é criar mais oportunidades de captação de investimentos para essas empresas do RN, fazendo a conexão delas com importantes grupos investidores e com os melhores programas de aceleração disponíveis no país, ampliando o leque de opções e possibilidades
de crescimento desses negócios e fomentando um maior número de segmentos e setores empresariais.
A proposta também é alinhar as ações do Sebrae e do Sebraelab Natal com os diversos programas e oportunidades gerados pelas aceleradoras, potencializar os resultados dos programas de aceleração com ações complementares e aumentar a amplitude da divulgação e a entrada de negócios potenciais no funil dos diversos programas, gerando sinergia entre as ações das aceleradoras e as instituições, grupos e comunidades do ecossistema de inovação do estado.
Com a instalação do Hub, o Sebrae espera fortalecer a parceria com as aceleradoras integrantes, apoiando nas seleções e contribuindo com curadoria, mentorias e consultorias ao longo dos processos, assim como ampliar o apoio às startups e empresas inovadoras em outras necessidades decorrentes da participação nos programas de aceleração.
Durante a solenidade de criação do Hub de Aceleradoras do Sebraelab Natal, o gestor do Projeto de Startups do Sebrae-RN, Carlos von Sohsten, explicou o que a instalação desse centro de impulsionamento representa para o ecossistema de inovação do estado.
“O hub tem uma importância muito grande pro nosso ecossistema de tecnologia e empreendedorismo inovador, que tem uma pontuação elevada, por suprir uma das necessidades identificadas por não termos, até então, nenhuma aceleradora. Com o Hub, essas oito aceleradoras estão olhando para as startups do Rio Grande do Norte, com intermediação do Sebrae”, diz Carlos von Sohsten, gestor do Projeto de Startups do Sebrae-RN
Carlos von Sohsten destaca ainda que com essa parceria será possível acelerar também o processo de identificação de oportunidades. “Uma coisa é aceleração das startups, outra coisa é a gente acelerar o processo de otimizar essas oportunidades para o nosso ecossistema, além de facilitar o acesso das startups às aceleradoras”, enfatiza o gestor.
Antes mesmo da implantação do Hub, por meio das ações do projeto, o grupo de oito aceleradoras, juntas, já havia pré-acelerado 396 startups potiguares. No Brasil, o número sobe para cerca de 3.600 startups de todo o país, e os investimentos já somam mais de R$ 500 milhões. Essas organizações têm base em regiões e estados diferentes, trazendo uma grande diversidade de experiências acumuladas nos principais ecossistemas de inovação brasileiro, entre eles os do Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.
Programação
O evento de lançamento contou com dois painéis com a participação dos executivos das oito aceleradoras. No primeiro painel, intitulado “A importância de programas de aceleração para o desenvolvimento do empreendedor”, participaram a mentora e líder de Projetos na TroposLab, Marília Diniz, o CEO da AVATI, Carlos ‘Novinho’, e Alberto Filho, baiano, que é mercadólogo e gerente de Operações na Rede+.
O segundo painel “A aceleradora como alternativa de captação de investimento” teve apresentação da advogada Mariana Matos, que é especialista em Consultoria Empresarial, sócia e Head de Aceleração na Liga Ventures, do co-fundador da WOW, André Ghignatti, da especialista de aceleração de startups do FI Group e embaixadora do FI Boost Brasil, Larissa Ramos, e de Karoll Correia, que é engenheira de materiais com atuação em iniciativas de inovação em ambiente industrial e lidera a ShiftT aceleradora de startups da TUPY na busca por potencializar conexões entre as startups e a organização com foco em geração de valor compartilhado.
No segundo painel, Guilherme Oliveira, Economista, empreendedor e investidor anjo, relatou sua trajetória. Em 2021 ajudou a fundar a Poti Ventures e desde 2016 desenvolve projetos imobiliários e de tecnologia. Durante o evento, o potiguar Pedro Moura falou sobre sua experiência como uma startup acelerada. Moura é cofundador e CEO da Flourish Fi, startup b2b fundada na Califórnia com a missão de empoderar pessoas a terem bons hábitos financeiros, veio direto do Silicon Valley para Natal.
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‘É importante essa aproximação das aceleradoras com o ecossistema’
O CEO da Avati Aceleradora, Carlos Eduardo Silva Morais, mais conhecido no ecossistema por Novinho, destaca que a instalação do Hub de Aceleradoras é uma iniciativa muito importante, uma vez que estimula a aproximação das aceleradoras ao ecossistema de inovação da região. “Estamos criando um ambiente robusto de apoio as startups, atraindo oportunidades de mercado, investimento e canal de vendas via relacionamento”, afirma Novinho, que criou a Avati em João Pessoa, onde fica a matriz, e tem uma filial e escritório central em Natal. A ASN-RN bateu um papo com ele. Confira.
ENTREVISTA: Carlos Eduardo Silva Morais, o Novinho
Como é a atuação da aceleradora?
Nós somos uma aceleradora com 5 anos de mercado, tendo atendido mais de 1.900 startups – sendo a grande maioria da região Nordeste – contando com uma rede ativa de mais de 250 executivos / investidores do Brasil e no Mundo que participam dos programas, como facilitadores e/ou mentores, que realizamos junto aos nossos parceiros.
Quais são os requisitos para se tornar uma aceleradora?
A aceleradora deve entregar valor por meio de três pilares: know-how (transferindo conhecimento através de workshops, mentorias, bootcamps, etc), networking (conectando as startups aos investidores-anjo, corporações e recursos humanos que a startup demande) e investimento (em conjunto com grupos de investidores-anjo / fundos de investimento, Micro VCs, VCs, CVCs, entre outros). Por este motivo, dispor de um time que tenha vasto histórico como empreendedor e/ou investidor-anjo, com boa experiência prática de mercado – passando por rodadas de investimento ou tendo sido aceleradora no passado, é algo primordial para conseguir, através dos relacionamentos construídos, gerar conexões reais que resultem em negócios do tipo: captação de recurso; vendas de soluções a grandes empresas; aquisições de startups por parte das corporações; envolvimento de diretores de startups de sucesso ou corporações, como mentores de programas de aceleração.
Como você avalia o nível das startups da região Nordeste?
Nunca tivemos um cenário tão pujante do ecossitema de inovação do Nordeste como agora. Nosso ecossitema conta com startups que faturam milhões que já inspiram outros empreendedores; instituições de fomento, , como o Sebrae, que investem cada vez mais no segmento, via programas Startup Nordeste, Capital Empreendedor, entre outros; além de termos ótimas universidades que se destacam nos últimos anos quanto a produção científica (nos primeiros lugares do ranking do INPI) e a formação de mão de obra qualificada nas áreas de tecnologia e engenharia… Nós somos a bola da vez.
Veja abaixo os demais executivos das aceleradoras que participaram do lançamento:
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