Natal – A quantidade de novas vagas de emprego com carteira assinada abertas pelos pequenos negócios do Rio Grande Norte tem se mantido, mês a mês, acima do saldo das médias e grandes empresas. Em março, esse volume chegou a 2.899 novos postos de trabalho gerados. Com o desempenho do segmento , juntamente com o encerramento de 1.484 vagas por parte das médias e grandes corporações, o estado terminou o terceiro mês do ano com um saldo positivo de empregos formais, somando um total de 1.415 empregos criados. A maioria dessas vagas foi ocupada por jovens, entre 18 e 24 anos, e aberta no setor de serviços.
Isso é o que revela a edição de março do Mapa do Emprego do RN, publicação elaborada pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, que nesta edição apresentada os dados do mercado de trabalho potiguar no segundo mês do ano a partir dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, divulgados na terça-feira (30).
A publicação mostra que em março ocorreram mais de 19,4 mil desligamentos no Rio Grande do Norte, mas, em compensação, houve mais de 20,8 mil contratações, o que resultou na abertura de 1.415 novas vagas. Esse é o quinto melhor saldo entre os estados do Nordeste, à frente de Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Alagoas, e também o melhor resultado de geração de trabalho com carteira assinada pelo RN para o mês desde 2020.
Foram criados 2.613 postos nas microempresas e outros 286 nas pequenas empresas. Por outro lado, as empresas de demais portes não acompanharam o mesmo desempenho e registraram perdas de vagas, sendo 533 encerradas nas médias e 951 nas grandes.
O volume de empregos criados pelos pequenos negócios no terceiro mês deste ano é 16% maior que o registrado em 2023, quando em março foram criados pelas empresas de micro e pequeno porte do estado cerca 2,5 mil empregos formais. Os pequenos negócios acumulam no primeiro trimestre um total 5.341 vagas.
Do total, apenas 56 foram geradas pelas pequenas empresas, o restante pelas micro. Esse saldo de empregos do segmento, apesar de significativo, é 70% menor que as vagas abertas no primeiro trimestre do ano passado, quando as MPEs do RN foram responsáveis por mais de 18 mil frentes de trabalho abertas.
Como o saldo de março ficou em 1.415 vagas (1.826% maior que março de 2023), o total de vagas acumuladas pelo RN no trimestre atingiu o patamar de 2.839 empregos acumulados no ano. Os pequenos negócios já chegam a acumular um saldo que é quase o dobro (88,1%) do total de empregos no estado acumulados entre janeiro e março.
Natal e Mossoró lideram abertura
Atualmente, o Rio Grande do Norte conta com uma massa de 504,7 mil trabalhadores empregados com carteira assinada e com rendimentos mensais médios de R$ 1.373, segundo informações mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O Mapa do Emprego mostra ainda que Natal teve o maior volume das vagas criadas. Foram 1.591 frentes de trabalho abertas. Em seguida, Mossoró, com 1.176 empregos criados, e Parnamirim, cujo saldo foi de 420 vagas. Já Baia Formosa registrou a maior perda, já que teve 1.091 trabalhadores demitidos sem contratação de outros para ocupar as respectivas vagas. O mesmo ocorreu em Arez, que em março teve um saldo de 788 vagas fechadas, e Apodi, com 303 empregos perdidos.
Jovens no centro das contratações
Analisando por faixa etária, os dados mostram que as oportunidades do mercado de trabalho formal do estado são melhores para os jovens. Em março, aqueles que estão na faixa entre 18 e 24 anos foram os principais alvos das contratações das empresas, totalizando 1.687 novas admissões. Os trabalhadores com até 17 anos ocuparam 117 postos de trabalho e aqueles com idade entre 25 e 29 anos, outras 59 vagas.
Os demais, sobretudo os enquadrados na faixa dos 50 aos 64 anos (-254), perderam os empregos – ao todo, 508 dispensados. Essa curva etária vem se repetindo nos últimos meses. De janeiro a março, os jovens com até 24 anos ocuparam 3.980 vagas abertas no Rio Grande do Norte em 2024. Os da faixa seguinte, outras 201 vagas. Mais de 1,34 mil trabalhadores acima dos 30 anos perderam o emprego nesse período no estado
Setor de serviços lidera abertura
O quantitativo de vagas mais significativo ocorreu no setor de serviços, responsável pela contratação de 2.535 trabalhadores, com destaque para as atividades de apoio a edifícios (sem contabilizar os serviços de condomínios). Já o comércio e a construção civil realizaram no mês 954 e 628 novas contratações, respectivamente.
Nos demais setores, o número de demissões foi maior que o de contratações. O setor agropecuário teve baixa de 1.667 vagas, sobretudo na área de avicultura, e a indústria perdeu outros 1.035 empregos, principalmente no setor de confecção de vestuário, cujo saldo foi de 341 vagas perdidas. No acumulado do primeiro trimestre, o setor de serviços detém 4.784 vagas abertas, seguido da construção civil (1.256) e do comércio (1.181). Novamente, o setor agropecuário amarga uma perda acumulada da ordem de 3.520 postos de trabalho, e a indústria, outros 862.