Agência Sebrae de Notícias

A Rede Inova Caicó celebrou nessa quarta-feira (20) os três anos de fundação do Ecossistema Local de Inovação de Caicó (ELI) em um encontro festivo realizado na Panificadora Fornaça. O evento reuniu empreendedores, instituições de ensino e representantes do setor produtivo em uma noite marcada por inspiração, troca de experiências e fortalecimento das conexões que fazem a inovação acontecer na região do Seridó potiguar.

A programação contou com o bate-papo “Cidades que inovam: histórias e conexões entre ecossistemas do Seridó”, que trouxe como convidados: Raphael José, diretor de desenvolvimento de negócios do Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX); Mattson Ranier, especialista em Gestão da Inovação e vereador em Currais Novos; e Geovani Robson, empreendedor e integrante da governança da Rede Inova Caicó. A mediação foi conduzida por Adelle Nogueira, consultora do Sebrae, que estimulou a reflexão sobre o papel da inovação no desenvolvimento regional.

Durante sua fala, Mattson Ranier destacou a importância dos ecossistemas para cidades do interior, ressaltando que municípios menores enfrentam barreiras que os grandes centros não possuem. Para ele, “a organização em torno de um ecossistema funciona como um atalho capaz de unir academia, iniciativa privada e poder público em torno de ações conjuntas que se traduzem em empregos de qualidade, empresas mais produtivas e universidades conectadas à realidade local”.

Mattson lembrou que Currais Novos, onde o ELI completará três anos em 2025, já colhe resultados como a criação de um mestrado em Inovação pela UFRN/FELCS, a estruturação de um Hub de inovação pela CDL e a aprovação de uma das leis municipais mais atualizadas do Brasil para o setor. Ele defendeu ainda a criação de um corredor de desenvolvimento econômico e tecnológico envolvendo Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, municípios que possuem universidades, institutos federais e a presença ativa do Sebrae.

Representando o Parque Tecnológico Augusto Severo, Raphael José enfatizou que a interiorização é uma tendência estratégica para o fortalecimento da inovação no país. Segundo ele, “todos os grandes ecossistemas nacionais já compreenderam a importância de levar ações para o interior, onde está grande parte da cadeia produtiva”. Ele destacou que é preciso desmistificar a ideia de “inovação de palco” e levar soluções práticas e eficientes para dentro dos negócios locais. Para Raphael, o Sebrae é peça-chave nesse processo e tem papel central no amadurecimento dos ecossistemas e na construção de uma rede estadual de inovação.

Já Geovani Robson, da governança da Rede Inova Caicó, celebrou a consolidação do ecossistema no município e destacou que a data representa o fortalecimento de uma rede articulada e aberta a fomentar negócios e inovação. “A inovação também precisa ser compreendida como melhoria de processos e técnicas, que reduzem custos e otimizam resultados, e não apenas como a criação de algo totalmente inédito”, lembrou Geovani.

Entre as iniciativas de destaque da Rede Inova Caicó, Geovani citou a atuação da UFRN em projetos voltados para inteligência artificial, o apoio do Banco do Nordeste em soluções sustentáveis para resíduos do setor têxtil e o projeto “Empreendedorismo em Ação”, que leva aos estudantes do ensino médio conteúdos relacionados a empreendedorismo e inovação.

Para Pedro Medeiros, gerente da Agência Sebrae Seridó Ocidental, instituição presente desde a fundação do ecossistema de Caicó, a missão é integrar universidades, ciência, tecnologia e setores econômicos locais em uma articulação capaz de gerar desenvolvimento sustentável. “A atuação busca estimular a inovação em áreas como moda, turismo, alimentos, tecnologia da informação, saúde e beleza, fortalecendo a governança, incentivando o jovem empreendedor e conectando empresas a soluções tecnológicas de base científica”, destaca Medeiros.

Geovani reforçou ainda que a marca de três anos da Rede simboliza não apenas um balanço positivo da trajetória, mas também um ponto de partida para novos desafios. Com o apoio de instituições como Sebrae, UFRN, IFRN e PAX, e com a articulação de empreendedores e gestores públicos, a expectativa é de que a região se consolide como referência em inovação no Rio Grande do Norte. “Se conseguimos chegar até aqui em três anos, imaginem o que podemos construir nos próximos dez”, concluiu Geovani Robson.