Pelo quinto ano consecutivo, o Rio Grande do Norte reafirma sua liderança em inovação no Nordeste e ocupa a 12ª posição no ranking do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), promovido pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), que avalia o nível de inovação dos estados. A divulgação foi realizada na última sexta-feira (29/08), durante o Startup Summit, promovido pelo Sebrae em Florianópolis (SC). Dentro da série histórica, o documento registra o RN estável na primeira colocação regional desde 2021.
O ranking é elaborado a partir de diagnósticos temáticos que avaliam o desempenho dos estados e regiões em sete pilares de inovação: instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia, além de economia criativa.
Segundo o relatório, todos os estados do Nordeste apresentam desempenho abaixo da média nacional nesses sete pilares. As discrepâncias são menores em infraestrutura, instituições e economia, mas nenhum estado supera a média nessas categorias.
Essa uniformidade de indicadores abaixo da média evidencia lacunas persistentes no fortalecimento dos sistemas locais de inovação no Nordeste e aponta para a necessidade de políticas integradas que promovam a superação dessas defasagens estruturais. Nesse contexto, Rio Grande do Norte (12º) e Pernambuco (13º) aparecem como as economias mais inovadoras da região.
Ecossistema de inovação
Um dos sinais de que o ecossistema de inovação do Rio Grande do Norte ganha cada vez mais força e posiciona o estado entre os principais polos do Nordeste é o número de startups mapeadas. Ter um ambiente que favorece a criação de startups é um indicador relevante de inovação, mas não exclusivo, já que qualquer empresa pode inovar independentemente do modelo de negócio.
Com 605 negócios desse tipo, o RN ocupa o quarto lugar na região, atrás apenas de Pernambuco (780), Ceará (672) e Piauí (617), segundo o Sebrae Startups Report Nordeste 2025, levantamento realizado pelo Observatório Sebrae Startups, plataforma que integra e democratiza informações sobre o setor.Os dados mostram que, assim como no restante do Nordeste, a maioria das startups potiguares está em fase inicial: 33,55% em ideação e 34,88% em validação. Apenas 0,99% atingiram o estágio de escala.
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Nos segmentos, o RN se destaca em Saúde e Bem-Estar (16,2%), Educação (11,74%) e Tecnologia da Informação (11,57%), os mesmos setores que lideram o cenário regional. O Agronegócio e a área de Gestão & Consultoria, ambos com 6,28%, também têm presença relevante, refletindo a vocação econômica local.
Para David Góis, gerente da Unidade de Negócios, Inovação e Tecnologia do Sebrae-RN, o momento é de otimismo. Ele atribui os resultados ao fortalecimento dos ecossistemas locais e à aproximação dos atores da inovação.
“Temos dez ecossistemas já estruturados no estado e estamos iniciando o décimo primeiro, voltado para a construção civil. Além disso, realizamos programas de apoio em parceria com instituições como FAPERN, FINEP e ABDI, editais de inovação, o GoRN e participações em missões nacionais e internacionais, que ampliam a competitividade das startups potiguares”, explica David Góis, gerente da UNIT do Sebrae-RN.
A evolução recente mostra um salto significativo: entre 2000 e 2015, foram abertas apenas 35 startups na região. A partir de 2016, o cenário se transformou, com crescimento expressivo no número de novos negócios, chegando a 1.259 startups abertas apenas em 2024.
Segundo David Góis, programas do Sebrae, como o Startup Nordeste e o Catalisa ICT, têm papel decisivo nesse avanço ao oferecer capacitação, acesso a redes de networking e recursos financeiros. “A força desse ecossistema se soma ao potencial econômico da região. Com esse cenário, o futuro aponta para um terreno fértil de expansão para negócios inovadores”, destaca o gerente.
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