ASN RN
Compartilhe

Micro e pequenas empresas puxam geração de empregos no RN em agosto, aponta boletim do Sebrae

Com saldo positivo de 5,3 mil vagas, relatório mostra que micro e pequenas empresas seguem sendo protagonistas na criação de postos de trabalho no estado
Por Mariana Falcão
ASN RN
Compartilhe

O mercado de trabalho potiguar encerrou agosto de 2025 com saldo positivo de 5.339 vagas formais, resultado de 24.285 admissões contra 18.946 desligamentos, segundo o Boletim de Emprego elaborado pelo Sebrae-RN a partir de dados do Novo Caged.

O desempenho foi fortemente impulsionado pelas microempresas, que registraram saldo de 2.521 novas vagas no mês, acumulando 15.249 empregos gerados ao longo do ano. Já as pequenas empresas, que haviam fechado julho com leve retração de -92 postos, reverteram o cenário e apresentaram saldo positivo de 272 empregos em agosto. As grandes empresas, por sua vez, somaram 528 vagas no acumulado de 2025, número bem inferior ao dinamismo observado nos pequenos negócios.

Comparativo com boletins anteriores

O comparativo histórico evidencia a desaceleração do mercado de trabalho potiguar. Enquanto em agosto de 2024 o saldo acumulado do ano atingia 26.706 vagas, neste ano o número caiu para 15.397 empregos formais até agosto de 2025.

Apesar da contribuição decisiva dos pequenos negócios para que o resultado continue positivo, a diferença acende um sinal de alerta. Para o superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, “apesar de o saldo de empregos de agosto ter sido positivo, especialmente puxado pelas micro e pequenas empresas, precisamos reconhecer que este foi o pior resultado para o mês nos últimos cinco anos. Isso nos acende um alerta. A força dos pequenos negócios continua sustentando o mercado de trabalho no Rio Grande do Norte, mas é fundamental que medidas de estímulo sejam fortalecidas para garantir que esse protagonismo não se fragilize diante das oscilações da economia.”

-

Em julho, por exemplo, as microempresas haviam registrado saldo de 3.024 empregos, número ainda superior ao de agosto, mas que demonstra consistência na manutenção de postos de trabalho. Já no conjunto do ano, os setores de serviços, indústria e comércio permanecem como motor principal da expansão do emprego, conforme apontado em edições anteriores do boletim.

Municípios em destaque
No recorte municipal, Natal liderou a geração de empregos em agosto, com 1.261 vagas, seguido de Baía Formosa (708) e Apodi (662). Em contrapartida, os municípios de Açú (-268), Macaíba (-91) e Riachuelo (-45) apresentaram os maiores saldos negativos.

Para Fernando Sá Leitão, gerente da Agência Sebrae Vale do Açu, a redução na geração de empregos no município de Açu está relacionada ao encerramento de obras de engenharia, especialmente de contratos ligados a projetos de infraestrutura de parques solares, com maior impacto nas empresas de grande porte. “Nas microempresas, apesar da queda em comparação a julho de 2025, o saldo permanece positivo, com a criação de 36 novos postos de trabalho. Quando analisamos o saldo de empregos dos últimos dois anos, tivemos um salto na série histórica, com saldo de 1.374 empregos em 2023 e 964 empregos em 2024, com impacto da contratação para a construção destas obras”, comentou.

Relevância dos pequenos negócios
A análise consolidada mostra que, embora o saldo das grandes empresas contribua para a formalização no estado, é o dinamismo das micro e pequenas empresas que garante estabilidade e crescimento do mercado de trabalho. “O impacto dos pequenos negócios vai além da abertura de vagas: eles movimentam economias locais, fortalecem cadeias produtivas e distribuem renda de forma mais capilarizada”, reforçou Zeca.

Com a continuidade desse desempenho, o Sebrae-RN projeta que o setor seguirá sendo o maior aliado da economia potiguar na geração de oportunidades e na recuperação do mercado formal até o fim de 2025.

  • Mapa de Emprego