O EliSummit 2025, evento nacional que reúne lideranças e representantes de ecossistemas de inovação de todo o país, começou na última terça-feira (4), em Natal (RN), com uma programação prática e inspiradora. Em sua quarta edição — e a primeira fora de Pernambuco — o encontro proporcionou aos participantes uma imersão em experiências de inovação potiguares, por meio de visitas técnicas a instituições de destaque no estado.
Durante os dias do evento, grupos de participantes de todas as regiões do país se dividiram em roteiros simultâneos, explorando locais que representam a diversidade do ecossistema de inovação potiguar como o Instituto Santos Dumont, o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX), o Instituto do Cérebro/UFRN, Alto do Potengi, a Cachaçaria Extrema e a Escola Agrícola de Jundiaí. Cada visita apresentou um recorte da intersecção entre ciência, empreendedorismo e desenvolvimento local.

No Instituto Santos Dumont, o grupo foi recebido pelo gerente Edgar Moyra, que apresentou as unidades que integram o instituto, incluindo o PAX, e destacou o propósito da instituição: “fazer pesquisa e ciência que possam transformar a sociedade”. Moyra guiou os visitantes pelos laboratórios e compartilhou algumas das pesquisas desenvolvidas, com destaque para o exoesqueleto utilizado na abertura da Copa do Mundo de 2014, resultado de mais de uma década de estudos em neurociência e interfaces homem-máquina.
“A prática, a mão na massa são os caminhos para conectar a teoria das pesquisas às realidades”, afirmou Edgar Moyra, ao incentivar a colaboração entre o meio científico e o setor produtivo. Ele aproveitou o encontro para convidar os participantes a contribuir com o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas: “Se alguém tiver alguma startup, fábrica ou empresa que possa desenvolver placas de circuito, componentes vestíveis, podemos firmar parceria aprimorar nossas pesquisas na área da neurociência”, anunciou.
Entre os visitantes estava Mariane Campos Martins, representante do Tecnopuc, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, de Porto Alegre (RS). Ela destacou a importância de conhecer de perto as iniciativas do Instituto Santos Dumont e de identificar oportunidades de integração entre os ecossistemas de inovação do Sul e do Nordeste.
“Estar aqui é entender como as instituições de ensino e pesquisa do Rio Grande do Norte trabalham a prática desde as bases da formação até a aplicação real nas pessoas. Isso conecta muito com o que fazemos no Tecnopuc: transformar conhecimento teórico em impacto prático e real. Vemos aqui uma oportunidade riquíssima de aprendizado e de sinergia”, afirmou Mariane.
Ela também ressaltou a possibilidade de futuras parcerias entre as instituições. “O Instituto do Santos Dumont e o PAX desenvolvem pesquisas avançadas em neurociência e robótica, áreas em que também temos centros de excelência. Podemos conectar laboratórios e empresas do Rio Grande do Sul, que trabalham com microchips e soluções de hardware, para colaborar diretamente com o avanço das pesquisas potiguares. Faremos contato”, comentou.

Os participantes também tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desenvolvido no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), um dos mais avançados centros de pesquisa em neurociência básica do país. A visita técnica reuniu empreendedores, gestores e integrantes do ecossistema de inovação, que foram recebidos pelos pesquisadores do instituto no auditório da instituição. Na abertura, os visitantes puderam compreender a estrutura de funcionamento do ICe, que integra ensino, pesquisa e extensão em diferentes áreas das neurociências, com forte caráter interdisciplinar.
Durante o encontro, os pesquisadores apresentaram alguns dos laboratórios e linhas de pesquisa que fazem do instituto uma referência nacional, entre eles o Laboratório de Pesquisa do Autismo, que desenvolve estudos voltados à compreensão dos mecanismos cerebrais relacionados aos transtornos do espectro autista. A atividade permitiu aos participantes conhecer a infraestrutura de ponta da instituição e as possibilidades de cooperação entre o meio acadêmico e o setor produtivo, reforçando o papel do Instituto do Cérebro da UFRN como um polo estratégico para a inovação científica e tecnológica no Rio Grande do Norte.
O EliSummit 2025 segue até hoje (6) com palestras, painéis e encontros de negócios, consolidando-se como um dos eventos nacionais voltados à articulação entre inovação, empreendedorismo e desenvolvimento regional. A programação completa pode ser acessada em https://elisummit.com.br/


