O futuro já começou — e ele está sendo reconfigurado pela inteligência artificial. Essa foi a principal mensagem deixada pelo Dr. Juan Pablo Boeira (PhD), pós-doutor em IA, personalidade do ano em Inteligência Artificial no Brasil e primeiro Top Voice AI do LinkedIn no país, durante a palestra “Na Vanguarda da Tecnologia: Um Guia de Sobrevivência para os Ecossistemas Locais de Inovação”.
Segundo Boeira, o cenário global caminha para transformações profundas, com a substituição de diversas funções humanas por sistemas inteligentes. Ele prevê que “o mundo como conhecemos hoje não existirá mais a partir de outubro de 2027”. Para o pesquisador, essa mudança é impulsionada pelo avanço do poder de processamento das máquinas, pelo volume de dados disponíveis e pelo aprimoramento dos algoritmos — fatores que finalmente tornaram a IA uma realidade acessível e disruptiva.
Boeira apresentou dados que demonstram o impacto da tecnologia nas empresas: 40% mais rapidez nas operações, 20% de melhoria na performance, 50% de redução de custos e 30% de ganho em eficiência. Diante desses números, o especialista foi enfático: “Não usar inteligência artificial hoje é como tentar ser mais rápido sem uma bicicleta, mesmo tendo uma ao seu alcance”.

Ele destacou ainda que “daqui para frente só existirão dois tipos de profissionais: os que fazem melhor do que uma IA e os que, usando uma IA, fazem melhor do que ela sozinha”. Por isso, o letramento em inteligência artificial é visto como um dos principais desafios da atualidade, tanto para indivíduos quanto para organizações.
O especialista também chamou atenção para a importância de adotar a ISO 42001, norma internacional que define padrões para a governança da inteligência artificial. “A ISO 42001 não é apenas um selo de qualidade, é o mais importante seguro de vida corporativo. É preciso governar antes que a IA governe você”, afirmou.
Entre os alertas, Boeira mencionou a necessidade de preparar as empresas para o que chamou de “nova era da IA autônoma”, prevista para amadurecer em pouco mais de quatro meses. “Nenhuma empresa terá cinco anos para se adaptar, como aconteceu com a internet. Se não se prepararem agora, não vai sobrar nada”, enfatizou.
O pesquisador também criticou o uso superficial da tecnologia, chamando atenção para o risco do workslop — termo usado para descrever a adoção cega de ferramentas de IA sem estratégia ou propósito. Para ele, o caminho está no equilíbrio entre tradição e inovação: “Nem sempre inovar é começar do zero. Às vezes, é comprar algo pronto e reorganizar”.
ELI Summit 2025
Em sua quarta edição — e a primeira realizada fora de Pernambuco —, o evento reúne representantes de ecossistemas de inovação de todo o país. Com o propósito de fortalecer conexões, estimular a troca de experiências e impulsionar a inovação como vetor de desenvolvimento econômico e social, o ELI Summit segue até o dia 6 de novembro, das 8h às 19h, no Centro de Convenções de Natal. A programação evidencia o potencial inovador e produtivo do Rio Grande do Norte, que vem se destacando em setores como energia, tecnologia, agroindústria e economia criativa.

