O desenvolvimento de ideias que se tornaram negócios sustentáveis marcou a noite da última terça-feira (2) no evento de encerramento do programa Startup Nordeste, iniciativa de aceleração promovida pelo Sebrae-RN, em parceria com a Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN- FAPERN. Sessenta startups chegaram à fase final com produtos em fase de validação no mercado e modelos de negócio estruturados, concluindo uma jornada iniciada em outubro de 2024.
O encontro reuniu empreendedores em um momento de celebração, marcado por confraternização, painel com três startups que tiveram evidência — RunMaps, Concheira e EDScaper — e a entrega de certificados aos participantes da edição.
Entre as histórias compartilhadas, a de Ernane Bastos, idealizador da EDScaper, se destacou pela mudança radical de rota ao longo do programa. A empresa, que começou com a proposta de oferecer treinamentos educativos com uso de softwares e realidade virtual, encontrou um novo caminho no marketing de experiência.
“Hoje a gente vende para empresas ações que conectam clientes à marca ou ao produto”, explicou. “Criamos ativações, que na prática são jogos envolvendo aquilo que a empresa quer divulgar. A participação gera vantagem — um brinde, um desconto — e esse tempo de contato aumenta a chance de conversão. A participação no Startup Nordeste foi essencial para profissionalizar a ideia. Tudo tem método e técnica. Transformamos uma paixão em algo formalizado”.
A trajetória da Digicom também ganhou novos contornos a partir do programa. Para Tábata Negreiros, o Startup Nordeste foi determinante para expandir serviços, pivotar produtos e fortalecer conexões estratégicas.
“O programa foi importante em vários sentidos. Fizemos parcerias, testamos o mercado, desenvolvemos serviços mais especializados e conseguimos ampliar nosso faturamento”, destacou. “Graças ao Startup Nordeste, em janeiro vamos inaugurar nosso hub de games e esportes eletrônicos em Natal — algo que se tornou possível por causa desse processo”, afirmou Tábata Negreiros.
A Digicom atua em três frentes principais: escolas, com projetos ligados à cidadania e inclusão digital por meio dos e-sports; eventos, promovendo um grande encontro anual que reúne jogadores, desenvolvedores e entusiastas; e agora, o novo hub de e-sports, voltado para profissionalização de times, abertura de CNPJs, consultorias e organização de competições.
Uma trajetória de desenvolvimento
A edição iniciou com 313 inscritos no Rio Grande do Norte, dentro do total de 2.800 inscrições em todo o Nordeste. Desses, 235 projetos foram aprovados inicialmente. O número foi se afunilando ao longo das etapas até chegar aos 80 selecionados e, posteriormente, às 60 startups que concluíram o ciclo, incluindo o recebimento das bolsas sócio-empreendedor.
Para Isabela Cavalcanti, gestora do programa no Rio Grande do Norte, o encerramento da edição representa o cumprimento do objetivo central da iniciativa que é o de fortalecer negócios inovadores e impulsionar o ecossistema de inovação local. O Startup Nordeste oferece capacitação, mentorias, apoio estratégico e, em algumas fases, bolsas de investimento, sempre com foco em desenvolver startups mais competitivas.
Um dos destaques foi a regionalização com cerca de 40% das startups do interior do estado, reforçando a capilaridade da iniciativa. Os projetos abrangeram áreas como Educação, Tecnologia da Informação, Saúde e Bem-estar, Impacto Socioambiental, Alimentos e Bebidas, Agronegócio, Energia, Gestão e Consultoria, Moda e Vestuário, entre outras.
Quanto aos modelos de negócio, o B2B predominou entre os participantes (27), seguido por B2C (15), B2B2C (12), B2G (4) e B2C2B (2), refletindo a diversidade de mercados atendidos.


