Natal – Representantes de várias instituições da área da saúde, de ensino superior e do setor produtivo se reuniram no Sebrae no Rio Grande do Norte para avaliar a proposta de criação de um polo de inovação voltado especificamente para o segmento de saúde. O polo serviria de instrumento de governança para o desenvolvimento de soluções inovadoras e para melhoria do ecossistema de inovação e de negócios nesse ramo. Realizado no início da semana, o encontro também serviu para aproximar as entidades locais e as da cidade de Londrina, no Paraná, que já vem desenvolvendo ações nesse âmbito.
O plano de estabelecer o polo é uma iniciativa do Sebrae juntamente com a Liga Norte-riograndense Contra o Câncer (LNRCC), que já mantêm uma parceria com o Sebrae para implementação do programa de inovação na saúde, visando fomentar e apoiar o desenvolvimento de novas soluções para a área. O encontro reuniu 34 representantes do setor, incluindo hospitais, universidades públicas e privadas, sindicato dos médicos, conselhos de classe de profissionais da área da saúde, planos de saúde, healthtechs, laboratórios, clínicas e farmácias, entre outros, além da Fiern e do Senac.
A presidente da Salus, a governança do Polo de Saúde de Londrina, a professora doutora em farmacologia Karen Barros, foi convidada pelo Sebrae para participar da reunião e apresentar as ações que vêm sendo implementadas naquele estado. Ela detalhou a experiência e a trajetória trilhada ao longo de mais de uma década para consolidar um ambiente inovador na saúde do segundo maior município paranaense.
“Queríamos entender a experiência deles, os erros e os acertos dessa ação em Londrina, e como e por onde nós devemos caminhar aqui no Rio Grande do Norte para conseguirmos estruturar o polo do setor saúde no estado. O objetivo final é fomentar a inovação e tornar as empresas da área da saúde mais competitivas, gerando mais valor dentro do serviço oferecido e também na venda de novos produtos e tecnologias”, ressalta o gerente da Unidade de Inovação, Tecnologia e Mercado do Sebrae-RN, David Góis.
Isso porque, segundo ele, com o polo, as micro e pequenas empresas terão novas possibilidades de negócios e aumento de competitividade. “Se um pequeno consultório ou uma pequena clínica utilizar serviços inovadores, vai se tornar mais competitivo e aumentar a lucratividade, diminuindo os custos. Pequenos negócios que geram tecnologia podem fornecer para o mercado local produtos mais inovadores. Isso acaba criando novos mercados”.
De forma simplificada, o Polo Saúde do RN seria um agregador dos atores do ecossistema de saúde potiguar, agregando desde hospitais, clínicas, conselhos e sindicatos até entes governamentais em busca de desenvolver um caminho para, através da inovação, resolver problemas do dia a dia da saúde do estado. Por meio da solução desses problemas, com produtos e serviços criativos, desenvolver novas startups nessa área e patentear soluções e produtos capazes de resolver questões semelhantes que estejam no mercado de saúde local, nacional ou até internacional.
A reunião teve participações importantes e o que ficou definido foi que nós vamos em busca do nosso polo de saúde. A primeira ação será a convocação daqueles que desejarem participar diretamente. Em seguida, faremos um mapeamento e visita aos campos de saúde para conhecer de forma mais efetiva o que está sendo realizado de diferente dentro do nosso estado”, adianta o diretor de Ensino, Pesquisa e Inovação da LNRCC, Edilmar de Moura Santos.
Sobre como a Liga encara a importância da inovação no segmento, o médico diz que a inovação deve ser vista como um processo de construção cultural dentro da organização de saúde. “Esse processo tem necessariamente que iniciar na alta gestão. Ela precisa acreditar e apoiar a formação dessa cultura. Somente a partir daí, começar um trabalho de dia a dia em busca do simples, em busca de soluções que ajudam quem está lá na ponta”.