Natal – Até o fim do primeiro semestre de 2024, o Rio Grande do Norte vai contar com novas soluções geradas pelos negócios, que estão sendo apoiados com aporte financeiro do Programa Centelha II. Durante encontro, realizado nesta terça-feira (30), na sede do Sebrae, em Natal, os 36 proponentes selecionados pelo edital do programa detalharam as ideias para representantes de instituições que promovem o programa.
O Centelha é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operado pela Fundação CERTI e tem como instituição executora no Rio Grande do Norte o Sebrae. No estado, o programa também está contando com o apoio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), além de parceiros institucionais, como o da Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN (Fapern), FIERN, Parque Metrópole, IFRN, UFRN, UnP, UNI-RN, UFERSA e UERN.
Um dos projetos apresentados no evento foi o Aula Zero – Educação Inteligente, idealizado por Marcílio Furtado. O negócio consiste em reverter problemas na educação, como baixo desempenho, evasão escolar e falta de interesse do aluno pelos estudos. A plataforma oferece avaliação constante e em tempo real e uma trilha educacional baseada em gamificação, além da emissão relatórios com os dados de desempenho, que podem indicar as áreas em que o aluno necessita de melhorias.
Afrocentralizada
Outra ideia de negócio também vem da área educacional, mas com foco distinto. A empresária Bárbara Lopes, CEO da Bensà, pensou em uma startup de educação empreendedora afrocentrada. A empreendedora explica que identificou como problema a situação das mulheres negras que não têm representatividade nas mais diversas áreas. “Sempre que a gente vai estudar ou fazer uma aceleração, uma capacitação, nunca tem um mentor negro ou mulher negra mentora para que eu possa me inspirar e me ver naquele lugar como uma professora ou empresária”, relata.
Segundo Bárbara, o objetivo da Bensà é mostrar para as mulheres empreendedoras que elas podem se tornar empresárias e contratar pessoas, porque têm essa capacidade. “Durante toda a nossa história foi dito que a gente nasceu para servir. E hoje muitas mulheres negras estão fazendo mestrado, doutorado e querem empreender, mas não são autoconfiantes”, atesta.
A Bensà tem como propósito reunir profissionais negras que podem ajudar a conduzir mulheres por uma trilha de conhecimento, passando pelo letramento racial, despertando para a saúde mental dessas empresárias e suas capacidades técnicas e empreendedoras. “Um edital como o Centelha é estrutural e de suma importância porque através dele vemos que instituições de fomento e apoio estão interessadas no desenvolvimento dos nossos negócios. Além do apoio financeiro, temos o apoio estrutural e a capacitação. A duração de um ano nos traz a segurança em todos os processos”, elogia.
O objetivo do Programa Centelha é disseminar a cultura do empreendedorismo inovador nas instituições de ciência e tecnologia e inovação brasileiras, incentivando alunos e pesquisadores a criarem empresas inovadoras e de alto potencial de crescimento. A ideia é fomentar e capacitar empreendedores inovadores, estimulando o adensamento tecnológico das cadeias produtivas por meio da criação de empresas fornecedoras de produtos, processos e serviços inovadores para empresas já consolidadas no mercado.