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Martins – Que o café é uma bebida apreciada em vários países e bastante consumida no Brasil, que é o maior produtor mundial, isso já está bem evidente entre os brasileiros. Mas, que esses grãos podem representar um oportunidade de mercado, sobretudo para pequenos negócios também no Rio Grande do Norte, isso ainda soa como improvável para uma parte dos pequenos investidores no estado. Porém, o Sebrae no Rio Grande do Norte tem buscado desmitificar tal pensamento e mostrar as possibilidades de potiguares explorarem esse mercado em ascensão, que movimenta mais US$ 700 milhões por ano, tanto com o cultivo de grãos especiais, quanto a comercialização para o consumidor final.
A estratégia para posicionar essa cadeia produtivas no rol das atividades econômicas atrativas do estado faz parte das ações do Programa AgroNordeste, que é desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), juntamente com instituições parceiras ligadas ao setor de desenvolvimento rural. O novo ciclo do projeto inseriu a cafeicultura como uma das atividades a serem trabalhadas com as ações do programa.
De acordo com o gestor do AgroNordeste no Sebrae-RN, Elton Alves, a ideia do programa é disseminar informações sobre o mercado de cafés entre os produtores que desejam apostar no cultivo de grãos de cafés, todo o processo de beneficiamento, torra e comercialização. Mas também instruir o público a diferenciar os métodos para obtenção da bebida e o mundo de sabores dos grãos especiais.
“O esforço empreendido no atendimento técnico e iniciativas de disseminação e resgate da cultura do café no RN atende aos eixos estratégicos do Programa AgroNordeste em desenvolvimento de novos produtos, agregação de valor, acesso a mercados, inovação e sustentabilidade”, explica Elton Alves.
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Entre as ações já realizadas, estão a realização de seminário técnico sobre a cafeicultura, que ocorreu no primeiro semestre, e competições entre profissionais do setor, trazendo para o Rio Grande do Norte uma das etapas do Desafio Koar, uma competição nacional de baristas que usam esse método, no fim do ano passado, durante a Festa do Boi. E na edição de 2023 a Agência SEBRAE Festa do Boi, sediará a Copa Koar Nordeste, em que o vencedor competirá na final nacional no Rio de Janeiro. O programa está apoiando a realização de eventos que possam levar o público a ter novas experiências, degustar novos produtos e saber mais sobre essa bebida tão consumida pelos brasileiros, independente de faixa socioeconômica.
Um desses eventos foi o 1º Festival de Café do RN, realizado na cidade serrana de Martins, que fica localizada no Alto Oeste potiguar no fim de agosto. O festival ocorreu no Mirante Canto do Jacu, reunindo arte, música, boa gastronomia e excelentes cafés. A iniciativa foi promovida pela empresa Sião Cafés Especiais e parceiros. O Sebrae RN, através da Agência Alto Oeste e do Programa AgroNordeste, apoiou o evento no intuito de fomentar a cafeicultura no estado, disseminar a formação e desenvolvimento de negócios de cafés na região e, principalmente, ampliar o mercado consumidor. Para Rodolfo Barreto, gerente da Agência Sebrae Alto Oeste, o evento foi uma forma de demonstrar as oportunidades para o setor, estimulando novos negócios e o desenvolvimento da cultura nas serras potiguares.
O Festival de Café do RN, reuniu consumidores, cafeterias, baristas, empresários e produtores de café de todo o Rio Grande do Norte, bem como de outros estados do Nordeste e demais regiões do país.
“O evento é uma forma de aproximar a cadeia produtiva e apoiadores da região, assim como um convite a diversos empreendedores e empresas a exporem seus produtos, serviços e marcas no festival. Queremos mostrar a qualidade do café a ser produzido em Martins e região serrana potiguar, além de incentivar o consumo da bebida de cafés especiais”, destaca Veruska Lucena, a diretora da Sião Cafés Especiais.
Alexandre Dantas, também representante da empresa, comenta que o 1° Festival de Café do RN possibilitou a troca de experiência no mercado e interação entre empresários e produtores, para estabelecer novas parcerias e conhecer a futura Rota Turística e Empreendedora do Café do Alto Oeste Potiguar. Apoiados pelo Sebrae, participaram como expositores RN do evento a família produtora de café em Jaçanã-RN região Trairi do RN, do Café Jaçanã, e a cafeteria Caffeina, que é de Natal-RN e é atendida pelo Programa Empreender e integrante do Núcleo RN Coffee.
Capacitação para o setor
Durante o festival, o Sebrae promoveu capacitações nos dias do festival. Uma delas foi a palestra sobre o perfil agronômico para desenvolvimento da cafeicultura no RN, ministrada pelos consultores Ramon Farias e Dionis Araújo da Agri Solulções de Fortaleza-CE, e que contou com a participação da produtora Mônica Farias do Sítio São Roque de Mulungu-CE.
Mônica apresentou sua trajetória ao assumir a produção de café da família, desenvolver o turismo rural na região, como se especializou no mercado de cafés especiais e a culminância da abertura da sua cafeteria Atelier 1913 em Fortaleza-CE.
Já Elton Alves ministrou a palestra: As oportunidades dos cafés especiais para produtores rurais e a consultora especialista Adriana Lucena abordou a temática na palestra ‘Cafezinho e Cafezão’, na qual compartilhou sua experiência com cafés e seu trabalho sobre a valorização de alimentos artesanais.
Está em alta no mercado global, a produção do “café especial”, diferente do café comodity , produto muito consumido por uma clientela exigente, consciente, que busca alimentos com história por trás do produto, os benefícios da redução de ingredientes químicos artificiais e comprometido com as ODS/ONU. O RN foi produtor de café comodity em pequena escala e para abastecimento local até a década de 1980. Portanto, busca-se resgatar a produção de café, com foco imediato em cafés superiores, identificando as regiões produtoras e propondo a implantação de novas cultivares e sistemas modernos e diferenciados para chegar ao café especial.
“Justifica-se investir em ações concretas e inovadoras para alavancar o setor rural, valorizando as comunidades tradicionais, estimulando produção sustentável, resgatando a autonomia do produtor e colocando no mercado produtos novos e de valor agregado.”, conclui Elton Alves, analista técnico do Sebrae-RN. 
