Natal – O mercado de geração distribuída no Rio Grande do Norte tem experimentado um crescimento exponencial nos últimos seis anos, impulsionado, em grande parte, pelo associativismo. Isso é o que alega a Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER), cujo presidente, Cassio Maia, participou, na manhã desta quinta-feira (23), da programação do segundo dia do Fórum de Energias Renováveis 2023, sediado no Holiday In, em Natal (RN).
Segundo dados fornecidos pela APER, o estado já conta com 52.873 sistemas em operação, somando uma potência instalada de 530.679,03 kWp. Essa capacidade é suficiente para suprir aproximadamente 295 mil domicílios residenciais, com uma média de conta mensal de R$ 200,00, ultrapassando até mesmo o número de domicílios na capital, Natal, que totalizava 270.045 em 2022, conforme o IBGE.
Os números foram apresentados no painel intitulado “Associações de Energia: a atuação na transição energética”, que reuniu também líderes, como Giancarlo Smith, presidente da Associação Bahiana de Energia Solar (ABS), e Paulo Morais, diretor da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) no Rio Grande do Norte. Juntos, eles avaliaram os avanços do setor. Pelos dados expostos, o Rio Grande do Norte ocupa a 15ª posição em geração distribuída no Brasil, mas, destaca-se ao comparar a potência instalada em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), alcançando o 5º lugar.
Cassio Maia enfatizou o papel crucial das associações no fortalecimento do setor, destacando o trabalho de capacitação das empresas associadas e a colaboração com concessionárias e agentes financeiros para facilitar a liberação de crédito e a aprovação de projetos. “As capacitações proporcionadas contribuíram para que as empresas contassem com vendedores, gestores e instaladores mais qualificados, resultando em uma melhoria geral nos serviços prestados”, afirmou Maia.
No entanto, o crescimento acelerado traz consigo desafios inerentes. Maia ressaltou a carência de qualificação dos profissionais envolvidos, a persistente escassez de mão de obra especializada e a necessidade de uma compreensão mais clara dos regulamentos e da legislação vigente. Além disso, ele enfatizou a importância de um esforço conjunto com órgãos legislativos para adequar a legislação às demandas do setor, garantindo um mercado saudável e estável para sustentar o crescimento.
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“A APER tem trabalhado para alinhar esses pontos, buscando um entendimento entre as partes envolvidas. O diálogo com as concessionárias para alterações nos procedimentos internos e a busca por maior flexibilidade em debates de projetos específicos são fundamentais”, destaca.
O papel do Sebrae-RN também foi destacado como fundamental nesse cenário. Maia revelou que a associação teve sua formação por meio da entidade, que desempenhou um papel fundamental ao fornecer suporte desde antes da fundação da entidade. O Sebrae-RN, segundo Maia, preenche lacunas nas empresas de energia solar, oferecendo capacitação em gestão empresarial e preparando-as para os desafios futuros do mercado.
O programa Trilha Solar, realizado este ano pelo Sebrae-RN, focou em capacitar empresas participantes, enquanto novos cursos, como o de Mercado Livre, prenunciam uma preparação para tendências futuras no setor. “O esforço coletivo entre associações, empresas do setor, órgãos legislativos e entidades como o Sebrae tem sido vital para a consolidação e o desenvolvimento contínuo do mercado de energia renovável no estado, visando oferecer soluções cada vez mais eficazes para o consumidor final”, frisa.
O Fórum de Energias Renováveis 2023, realizado pelo Polo Sebrae de Energias Renováveis em parceria com o Instituto Senai de Inovação – ISI, conta com o apoio da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), da Escola de Leads e o patrocínio da Colina Tech.