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Estratégia deve elevar a outro patamar ovinocaprinocultura no RN

Diretrizes para impulsionar o setor foram apresentadas em Seminário em Lajes e vão da capacitação de criadores ao melhoramento de animais
Por Redação
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Com rebanho estimado em pouco mais 770 mil ovinos e 574 mil caprinos, conforme mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, a ovinocaprinocultura do Rio Grande do Norte deve alcançar um novo patamar em qualidade de produtos e competitividade em 2025. A estimativa tem como base ações estratégicas que serão desenvolvidas ao longo deste ano, em esforço conjunto de entidades e instituições com forte atuação no setor, como o Sebrae-RN.

As medidas em prol do fortalecimento da cadeia produtiva foram apresentadas na última sexta-feira (14), no I Seminário Potiguar de Ovinocaprinocultura, realizado pelo Governo do Estado e parceiros no auditório do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus de Lajes, Região Central do estado.

As diretrizes para impulsionar o setor incluem desde a capacitação de criadores ao melhoramento genético de animais. Nesse contexto, a atuação contínua do Sebrae-RN no fomento à ovinocaprinocultura do estado deverá ser um diferencial para o crescimento da cadeia produtiva. Medidas como consultorias e assistência técnica focadas no melhoramento genético do rebanho são algumas das estratégias previstas no Projeto Rota do Cordeiro.

Segundo o analista técnico da Unidade de Competitividade (Núcleo de Agronegócio) do Sebrae Nacional, Joaci Medeiros, que participou do seminário de hoje, as ações do Sebrae são decisivas e estão ajudando a transformar o cenário da ovinocaprinocultura no estado.

“Esse trabalho que o Sebrae vem fazendo é fundamental e estratégico para o território. O trabalho da Rota do Cordeiro aqui no RN cumpre a responsabilidade de promover organização e de levar inovação e tecnologia para os produtores rurais. Então, isso é muito importante para o setor, que terá mais qualidade nos produtos e maior competitividade”, observa.

Legislação

Outro ponto decisivo, ainda conforme Medeiros, diz respeito à Lei nº 11.965, que institui a política estadual de incentivo à produção, processamento, comercialização e consumo dos produtos da ovinocaprinocultura no Rio Grande do Norte. Para o analista, além de unificar todos os elos da cadeia produtiva, a norma tem como diferencial a segurança jurídica, que favorece o fortalecimento da ovinocultura potiguar.

“A lei vem para organizar esses atores e incentivar o fortalecimento dos pequenos negócios, seja por meio de acesso ao crédito, ou da segurança jurídica que proporciona meios para o pequeno negócio investir. Para isso acontecer, a legislação contempla os diferentes atores, produtores, agroindústria e consumidor final, para termos qualidade dos produtos. Isso é fundamental. Alinhada às ações desenvolvidas por atores como o Sebrae, ela garante uma fluidez na organização da cadeia”, destaca.

“Estratégias Para Produção de Carne Ovina no Rio Grande do Norte; Desafios na Alimentação de Ovinos no Semiárido Potiguar”; Manejo Sanitário e Seus Princípios Básicos Para o Sucesso na Ovinocultura” e “Garantia de Qualidade e Segurança: Abate Inspecionado de Caprinos e Ovinos” foram algumas das temáticas abordadas no seminário que contou com a participação de especialistas do setor, representantes de entidades governamentais e criadores de caprinos e ovinos de várias regiões do estado.

Combate à mortalidade

Entre as medidas defendidas para o crescimento do rebanho e busca por resultados exitosos na ovinocaprinocultura, está ainda a capacitação de criadores de ovinos e caprinos. É o conhecimento, segundo Carlos Henrique de Souza, consultor do Sebrae-RN, que ajudará a reduzir, por exemplo, a elevada taxa de mortalidade nos rebanhos, atualmente em torno de 20%.

Em sua palestra “Manejo Sanitário e seus Princípios Básicos Para o Sucesso na Ovinocultura”, o especialista abordou a problemática e apontou como soluções simples são capazes de mitigar a mortalidade precoce no setor.

“Por falta de informação, muitas vezes o criador deixa de fazer os princípios básicos, como ter o calendário de vacinação bem ajustado, controle de verminoses, por exemplo, e isso pode implicar em índices elevados de mortalidade. Outro fator, que pode contribuir para a redução, é um manejo sanitário adequado, com nutrição adequada, mineralização. De posse de informações como essas, o criador pode, certamente, ter um rebanho melhor e com menor mortalidade”, orienta.

Ações intensificadas

Com o propósito de levar mais conhecimento aos produtores rurais, o analista técnico do Sebrae RN e gestor do Projeto Rota do Cordeiro, Éverton Monteiro, enfatiza que as ações de capacitação dos produtores, com acompanhamento periódico, serão reforçadas em 2025.

“O objetivo é ampliar os atendimentos e, dessa forma, melhorar a produção por meio das consultorias, que têm o intuito de levar conhecimento técnico ao homem do campo, para que ele alcance um padrão de produção a torne a propriedade cada vez mais produtiva e eficiente”, detalha.

A ovinocaprinocultura é apontada como uma das atividades mais representativas do Rio Grande do Norte. Com 1,4 milhão de animais o estado detém o sexto maior rebanho do Brasil. Ainda segundo dados do IBGE, a Região Nordeste possui um rebanho com cerca de 28 milhões de cabeças de caprinos (13 milhões) e ovinos 15 milhões de ovinos.

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