
A 40ª edição da Famuse (Feira de Artesanato dos Municípios do Seridó) marcou um novo momento para o evento, que passou a ser realizado ao lado da Casa do Artesão, no centro de Caicó/RN. A mudança de espaço trouxe mais visibilidade, acesso facilitado e integração com a Festa de Sant’Ana, fortalecendo ainda mais o artesanato como expressão da cultura e da economia criativa do Seridó.
Para João Hélio Cavalcanti, diretor técnico do Sebrae no Rio Grande do Norte, o novo modelo da Famuse foi um grande acerto. Além de permitir que a população se integrasse à feira e tivesse um acesso rápido e descomplicado, o novo espaço está conectado à consolidada Festa de Sant’Ana. “O que faz com que tenhamos a certeza de que a mudança no local foi assertiva. Para o ano que vem, com algumas correções, pois sempre temos o que melhorar e inovar, será ainda melhor”, completou.
João Hélio também destacou os resultados da edição. “Esse ano está sendo muito bom pelo ticket médio e pela satisfação dos artesãos. É uma vitrine constante, o dia todo, para quem quer apresentar seus trabalhos. As cooperativas, associações e artesãos aqui presentes estão de uma forma mais integrada. Isso faz com que um fortaleça o outro e possa, também de forma cooperada, ajudar, visto que a feira tem uma longa duração. E a cooperação se dá de várias formas, seja na troca de informações, seja no uso de maquininhas para receber os pagamentos.”
Segundo ele, a parceria entre diversas instituições e artesãos é o que sustenta o sucesso da feira. “Todos que fizeram a opção por esse local, que construíram essa nova edição da Famuse com essa pegada junto ao público, estão de parabéns. Nós só temos que agradecer a parceria e dizer que o Sebrae está sempre enaltecendo iniciativas como essa e fazendo com que possamos, sim, ter uma transformação ainda maior.”
Além da valorização do artesanato tradicional, a Famuse também fortaleceu o segmento da moda autoral com projetos como a Coleção Poti, desenvolvida por artesãos da região em parceria com o Instituto Riachuelo, a marca Catarina Mina e o Sebrae. A artesã Telminha Severo, que atuou na parte da costura da coleção, descreveu a alegria em ver seu trabalho valorizado.
“Foi gratificante participar desse projeto lindo e inspirador. Fico feliz pelas peças apresentadas, que saem daqui, da nossa terra, e vão visitar o mundo. O diferencial é que é uma peça exclusiva e produzida à mão. É uma peça única. Quem tem ela sabe o valor que ela carrega.”

A feira também contou com histórias de vida que revelam o impacto social do artesanato. A artesã Silvia Dias, portuguesa que chegou a Caicó em 2001, encontrou no fazer manual uma oportunidade de recomeço. “Moro na zona rural e, quando cheguei ao Brasil, vi a oportunidade no artesanato. Me surpreendi com a valorização do artesanato e vi que era uma oportunidade de fonte de renda.” A artesã destaca que participou de vários cursos do Sebrae, que promoveram melhoramentos em seu trabalho. “O Sebrae enxergou o potencial do meu artesanato e me estimulou a produzir. Quando participei da Famuse pela primeira vez, fiz boas vendas e acompanhei a procissão agradecendo o êxito do meu trabalho”, completou.
Para Pedro Medeiros, gerente da Agência Sebrae em Caicó, a feira conseguiu traduzir com fidelidade o tema desta edição: arte, resiliência e tradição. “A Famuse é a oportunidade dos artesãos mostrarem ao Seridó, ao Rio Grande do Norte e ao Brasil a nossa identidade, seja com a tipologia principal, o bordado, que tem Indicação Geográfica, ou em outras tipologias que têm o saber-fazer dos artesãos do Seridó.”
Ele acrescenta que a Famuse tem a força de compilar todo esse artesanato regional de forma organizada, mostrando a força que o Seridó tem na economia criativa. “E esse ano integrando também a Casa do Artesão, o Mercado Público Municipal, a Feira Caicó Mostra Caicó e a gastronomia que fica no entorno da Famuse”, finalizou.