Privilegiado pelo elevado potencial do bioma da caatinga, o Rio Grande do Norte caminha para alcançar nova fase na produção de mel de abelha, a partir de estratégias focadas no melhoramento genético das abelhas rainha. Essa é a aposta do Sebrae RN, que, por meio de uma série de ações estratégicas, deve impulsionar a apicultura e a meliponocultura no estado em 2025. A proposta foi detalhada a produtores de mel de diversas regiões durante, no I Seminário CajuMel, realizado no Campus do Instituto Federal de Educação (IFRN) no município de Apodi na última quinta-feira (06).
A ideia do Sebrae RN é levar aos pequenos produtores de mel do estado mais que assistência técnica. Segundo o gestor do Projeto de Apicultura e Miliponocultura, Nilson Dantas, o trabalho com apicultores e meliponocultores apoiará, também, a implementação de técnicas de manejo voltadas a alimentação, o sequenciamento de enxames, substituição de cera e de abelhas-rainhas por outra selecionada geneticamente. A adoção das medidas, ainda conforme Dantas, deve elevar a produtividade, mesmo em períodos de seca.
“Como resultado dessas ações que o Sebrae fará ao longo do ano, teremos uma atividade mais sustentável e com maior produtividade. Com o conhecimento técnico nos apiários, significa que teremos mais renda para o apicultor e meliponocultor, e o fortalecimento de toda a cadeia produtiva”, explica.
A proposta é, a partir do melhoramento genético – que consiste em selecionar e cruzar colônias com características desejáveis- alcançar alta produção de mel, resistência a doenças e melhor adaptação às condições climáticas locais.
Realidade
A aplicação de tais técnicas, aliado ao manejo adequado das colmeias, já apresenta resultados em apiários atendidos pelo Projeto de Apicultura e Meliponocultura no município de Lajes (região Central). Lá, de acordo com dados apresentados no CajuMel por Rogério Severiano, consultor do Sebrae RN, alguns apiários já registram em média até 70 quilos de mel por colmeia. Para se ter ideia do resultado, a produção média por colmeia no estado gira em torno de 15 a 20 quilos de mel por colmeia.
“O que vemos em Lajes é um manejo de alta produtividade. Além da introdução de material genético melhorado, os apicultores são orientados sobre alimentação dos enxames, distribuição das colmeias em locais adequados, e essas intervenções têm alcançado os melhores resultados. Se esse trabalho alcançar mais apicultores, o crescimento do setor será inevitável”, frisa.
E é justamente atraído por essa possibilidade de crescimento no setor que Elion Marcos da Silva, agricultor do município de Felipe Guerra, está apostando na apicultura. Para isso, ele conta que buscou no I Cajumel o conhecimento necessário para aprimorar seu investimento em colmeias.
“Eu tenho algumas colmeias. Quero aumentar a quantidade e ter bons resultados. Por isso vim participar do evento, em busca de informações que os especialistas estão apresentando, e que eu não tenho. Isso é muito importante para nós que somos pequenos produtores”, comenta.
Atualmente, o Projeto de Apicultura e Meliponocultura do Sebrae RN acompanha um total de 300 produtores de mel no estado. Além de consultorias e assistência técnica, a iniciativa contempla ainda intervenções que promovem acesso ao mercado, como participação de apicultores potiguares em feiras e exposições.
O I Seminário CajuMel reuniu autoridades, produtores, estudantes e especialistas das cadeias produtivas da cajucultura e apicultura/meliponocultura para debater temas estratégicos, políticas públicas e apresentação de casos de sucesso nos dois setores. Além do Sebrae RN e IFRN, são parceiros do I Seminário CajuMel a Ufersa, Embrapa, Faern/Senar, Emater-RN, Prefeitura de Mossoró, Prefeitura de Apodi, STTR, Mapa, Fruticoop, Unicafes/RN, Coopapi e Sindicato Rural de Apodi.