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Produtores discutem o potencial para implantação da Rota do Café no RN

Durante a programação de encerramento do Seminário AgroNordeste de Cafeicultura, produtores e especialistas discutem a viabilidade da Rota do Café no RN
Por Redação
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Natal – O Seminário AgroNordeste de Cafeicultura encerrou sua programação nesta quarta-feira (20), com uma discussão promissora sobre o potencial do Rio Grande do Norte para a criação de uma Rota do Café. Os debates acerca da atividade vêm ocorrendo desde o dia 18, quando o evento teve início, em Martins. O seminário encerrou a programação com oficinas de harmonização com a pesquisadora Adriana Lucena, na sede do Sebrae em Natal.

Diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural, Mona Paula, e o superintendente do Senar-RN, Luiz Henrique Paiva

Além de produtores, o seminário contou com a participação do diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, do superintendente do Senar-RN, Luiz Henrique Paiva, da gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae-RN, Mona Paula Nóbrega e do gestor do AgroNordeste, Elton Alves. Entre os convidados, o consultor credenciado pelo Sebrae-CE, Ramon Farias, compartilhou suas impressões sobre o cenário atual e as oportunidades que se desenham para a cafeicultura potiguar.

Ramon Farias tem acompanhado de perto o desenvolvimento de produtores em algumas regiões específicas do RN: no Alto Oeste – Martins, Portalegre e São Miguel, no Seridó na Serra de Santana – Lagoa Nova, Cerro Corá, no Trairi – Jaçanã, na Grande Natal – São José de Mipibu. A adesão dos produtores aliada ao envolvimento das universidades, e demais profissionais do segmento, bem como as cafeterias, tem sido uma grata surpresa. Alguns já possuem suas plantações de café em campo, enquanto outros estão em fase de implantação, produção de mudas e estruturação de viveiros.

“Trata-se de uma cultura antiga, que está sendo resgatada de uma outra forma, com mais tecnologia, com mais qualidade, observando novas nuances que a agricultura do café precisa ter para que sejam produzidos cafés especiais”, reforça o consultor./>

A visão de Ramon aponta para a formação de duas rotas distintas: Rota de Martins e Portalegre: Essa rota promete explorar a rica tradição cafeeira da região, com nuances que combinam tecnologia e qualidade. Já a Rota de Lagoa Nova, Cerro Corá e Jaçanã, a ênfase é a cultura antiga do café, que está sendo resgatada de forma inovadora, com foco na produção de cafés especiais.

Simbiose entre Turismo e Agricultura – Essas rotas não se limitam apenas à cafeicultura. Elas se aliam ao turismo de experiência, aproveitando o potencial já existente nessas duas ambiências. A simbiose entre turismo e agricultura trará benefícios e rentabilidade para as propriedades dos produtores de café. Ramon destaca o papel fundamental do SEBRAE do Rio Grande do Norte nesse processo de transformação. Atualmente, o Sebrae atende 16 produtores, que estão envolvidos nesse trabalho pioneiro.

Três categorias, uma única origem

Em um cenário que mescla tradição e inovação, os produtores de café, no Rio Grande do Norte, estão redefinindo a qualidade de seus grãos com o apoio do Sebrae por meio das ações do programa AgroNordeste. Durante o encerramento do Seminário, nesta quarta-feira (20), os produtores avaliaram as ações implementadas para o desenvolvimento das atividades no estado. Diogo Castro, do Café Jaçanã, foi um deles. O produtor participou do seminário e conta que o apoio do Sebrae se tornou um divisor de águas em sua trajetória como produtor de café ao proporcionar uma nova visão, tecnologias e gestão comercial.

“A gente começou com um certo tipo de pensamento, com uma cultura, com conhecimentos vastos . E quando o Sebrae entrou juntamente conosco, veio como um divisor de águas, fazendo a diferença”, revela

O produtor explica que a ênfase da marca não está na quantidade, mas na qualidade. Atualmente, o Café Jaçanã oferece três categorias distintas. Uma delas é o Café Sertão Raiz, que é aquele tradicional, com aroma e sabor que remetem ao café do dia a dia. Outra linha é a do Café Gourmet, um verdadeiro deleite para os paladares mais exigentes. Por último, o Café Especial, oriundo de uma seleção de grãos cuidadosa, trabalhada com maestria.

A experiência do consumidor

O produtor também ressaltou a importância do pós-venda, área trabalhada nas ações do Programa AgroNordeste no eixo da cafeicultura. Os produtores receberam orientações para garantir que os consumidores compartilhem suas experiências com vizinhos e familiares, demonstrando a qualidade dos produtos. Essa abordagem tem sido fundamental para o sucesso da cafeicultura local.

Embora ainda não possuam uma cafeteria estruturada, o Café Jaçanã já recebe visitantes em sua plantação. Os interessados podem vivenciar todo o processo, desde a colheita até a extração do café. A classificação e a prova do café também fazem parte dessa experiência enriquecedora. O sucesso da Rota do Café no Ceará inspirou os empreendedores do Café Jaçanã. Eles buscam aprimorar suas práticas, absorvendo conhecimentos de diferentes regiões.

O evento 

O Seminário AgroNordeste de Cafeicultura no RN, uma iniciativa do Sebrae, buscou estimular a produção de cafés especiais entre os produtores rurais, especialistas e apreciadores da bebida. A programação diversificada incluiu palestras sobre o mercado de cafés especiais, a história do Café Jaçanã, a cafeicultura na Paraíba, além de oficinas de harmonização que destacaram a produção local.

O Sebrae ofereceu assistência técnica para aumentar a competitividade das propriedades rurais, focando em gestão e produção. O café especial foi apresentado como uma bebida complexa, ressaltando o Brasil como o maior produtor e exportador mundial. O evento enfatizou a importância da colaboração entre todos os profissionais envolvidos na cadeia produtiva do café, desde o cultivo até o serviço final ao consumidor.