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Projeto AgroSertão renova parcerias para apoio ao cultivo do algodão sustentável

O novo ciclo do Programa AgroSertão vai até 2025 e vai beneficiar produtores de de 16 cidades da região do Seridó. Prefeitos renovaram adesão par estimular cultivo de algodão agroecológico
Por Redação
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Natal – O Sebrae no Rio Grande do Norte em parceria com o Governo do Estado, Embrapa Algodão e Instituto Riachuelo renovam a parceria com as Prefeituras de 16 cidades da região do Seridó para a continuidade do Programa AgroSertao. O projeto consiste no resgate da cultura do algodão, produzido de forma agroecológica em 16 municípios do Seridó: Acari, Bodó, Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Cruzeta, Florania, Ipueira, Jucurutu, Lagoa Nova, Santana do Seridó, São José do Seridó, São Joao do Sabugi, São Vicente e Tenente Laurentino Cruz.

O projeto piloto de produção do algodão agroecológico teve início em 2022 e com 54 produtores oriundos da agricultura familiar e finaliza 2023 com 90 produtores beneficiados em 11 municípios do Serido. Agora, a meta do projeto nessa nova fase em 2024 é abranger os 16 municípios da região do Seridó e 200 agricultores da região.O AgroSertão oferece aos participantes atendimento técnico especializado, capacitações, consultorias e escoamento da produção, gerando negócios e incremento de renda no semiárido.

O diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, também participou do evento em que foi assinado o Termo de Compromisso das prefeituras municipais da região do Seridó, que farão parte do 3⁰ ciclo do Projeto AgroSertão para o desenvolvimento integrado e sustentável da cadeia produtiva do algodão na Região do Seridó. O 2⁰ ciclo do AgroSertão chega ao final com grande êxito entre os parceiros Instituto Riachuelo, Sebrae-RN e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão).

Participaram do evento de assinatura do Termo de Cooperação ao Programa AgroSertão os prefeitos Fernando Bezerra (Acari), Marcelo Porto Filho (Bodó), Gilson Dantas (Carnaúba dos Dantas), Raimundo Marcelino (Cerro Corá), Odon Júnior (Currais Novos), Saint Clair Alcântara (Florânia), Luciano Santos (Lagoa Nova), Jane Soares (São Vicente), Francisco Medeiros Novinho (Santana do Seridó), Aníbal Araújo (São João do Sabugi) e Francisco Inácio Macedo (Tenente Laurentino Cruz). Além dos diretores do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti (Técnico) e José Ferreira de Melo Neto (Superintendente), participaram a coordenadora do Instituto Riachuelo, Renata Fonseca, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar, Alexandre Lima, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa), Marenilson Batista da Silva, e o diretor-presidente da Emparn, Rodrigo Maranhão.

A coordenadora do Instituto Riachuelo, Renata Fonseca, participou da solenidade de encerramento do segundo ciclo do projeto, e largada para o terceiro, e comentou da parceria e importância do AgroSertão. “Já é um projeto exitoso que tem a compra garantida do algodão, comercializado em pluma. Ou seja, o valor agregado é maior. Além disso, a semente volta para o agricultor, servindo de alimentação para o rebanho”, relata. Sobre o êxito da ação, Renata Fonseca aponta as razões.

“É um projeto em que cada participante, seja produtor ou instituição parceira, tem um papel muito bem definido. Por isso, nossa expectativa é a melhor possível de aumentarmos a ação e inserirmos mais de 200 agricultores”.

Em nome dos prefeitos dos municípios contemplados, o prefeito de Lagoa Nova, Luciano Santos, agradeceu a escolha do Seridó para receber as ações de revitalização da cultura algodoeira. “Todos sabem o quanto é difícil para a família do campo, principalmente aquelas que têm na agricultura o seu meio de vida. E esse projeto, não só faz com que a gente tenha a volta o nosso ‘ouro branco, como também a esperança de se manter na atividade. Temos que abraçar essa causa. Eu tenho convicção de que, com as tecnologias postas hoje, conseguiremos avançar. Só temos gratidão ao compromisso do Sebrae, Instituto Riachuelo, Embrapa e agora a Fundação Banco do Brasil, que está destinando dinheiro para essas ações”, agradece o prefeito.

O diretor presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Rodrigo Maranhão, informou que a parceria com o Instituto Riachuelo extrapola as ações voltadas para o cultivo do algodão. “A gente também já vem trabalhando com instituto inserindo a cultura da palma. Alguns municípios já receberam, mas a gente teve um atraso em alguns repasses no convênio, que demorou um pouco. Logo, devemos voltar a distribuir”.

Durante pronunciamento, Rodrigo Maranhão, lançou um desafio aos líderes do projeto e ao próprio Governo do Estado.“Em relação ao algodão, a Emparn e a Embrapa já vêm há muito tempo trabalhando juntas, produzindo, desenvolvendo pesquisas e fazendo experimentos… Por que não produzir aqui essas sementes ou boa parte em algum campo da EMPARN, e possibilitar que o governo compre essas sementes, fazendo a economia girar?”, questionou o presidente da Emparn.

Na ocasião, a Embrapa foi representada pelo pesquisador Marenilson Batista da Silva, que trouxe uma boa notícia para os produtores de algodão dos estados da região Nordeste e Minas Gerais. “Recentemente, a partir do Consórcio Nordeste, da Embrapa e do Ministério da Agricultura, aprovamos um projeto de R$ 1,5 milhão, que vai atender os nove estados do Nordeste e mais Minas Gerais” anunciou. Sobre o AgroSertão, destacou:

“É muito bonito o que o Rio Grande do Norte está fazendo: um conjunto de instituições se unindo para desenvolver o estado em torno de uma atividade, que é tão importante culturalmente e fundamental para o combate à fome e geração de alimento e renda”.

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Na visão do pesquisador da Embrapa, o algodão agroecológico pode se tornar a atividade motriz para geração de renda. Trabalhamos com segurança alimentar das famílias e dos rebanhos, porém, é preciso ter novamente uma cultura que integre pecuária e, ao mesmo tempo, bote real no bolso do agricultor. O algodão faz isso. Nossa meta é fazer, desse nosso semiárido brasileiro, o maior celeiro de produção de algodão orgânico e agroecológico do mundo”.

Ao lado da gestora do projeto Bioeconomia, Sergina Dantas, o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, pontuou que o projeto é a primeira inciativa concreta para fomentar a retomada da produção de algodão no estado, após a praga do bicudo, que devastou as plantações algodoeiras.

“O AgroSertão tem dado certo porque reúne esforços de governo, prefeituras e instituições, que de fato trabalham para que a atividade volte a ganhar força no RN e, o principal, que veem no algodão uma oportunidade de gerar renda para agricultores da região Seridó e seus familiares”. 

O secretário Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Alexandre Lima, é um defensor da cotonicultura agroecológica como diferencial competitivo para o estado, que ele considera o maior produtor brasileiro de algodão sustentável. Isso porque os consumidores estão obrigando a indústria da moda e as gigantes mundiais do varejo têxtil a acelerarem a transição do processo produtivo para insumos mais sustentáveis, como a fibra de algodão agroecológico ou orgânico.

“O Sebrae se juntou a esse projeto porque faz parte de uma estratégia regional. Priorizar essa cadeia produtiva é a forma de democratizarmos o acesso da agricultura familiar a uma atividade que gere renda. Nenhuma outra cultura tem essa capacidade ao longo do tempo. Nenhuma cultura de renda pode fazer o que o algodão faz”, conclui o secretário.

Veja mais fotos da solenidade em que prefeitos assinaram o termo de adesão ao programa: