O mercado de trabalho formal do Rio Grande do Norte registrou saldo positivo em outubro de 2025, mas com desempenho abaixo quando comparado a anos anteriores. Dados do Boletim de Emprego elaborado pelo Sebrae-RN, a partir das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram que o estado criou 954 novos postos de trabalho no mês, resultado de 20.965 admissões e 20.011 desligamentos. Do total de empregos gerados, 19.476 estão nas microempresas.
Apesar do número positivo, o resultado acende um sinal de alerta ao comparar o desempenho com o mesmo mês de anos anteriores, tradicionalmente um período de aquecimento nas contratações de final de ano.

O saldo de outubro de 2025 ficou abaixo dos últimos oito anos, indicando uma desaceleração que merece atenção do poder público na elaboração de políticas públicas e instituições de apoio ao desenvolvimento econômico.
No acumulado de 2025, no entanto, o estado mantém tendência positiva, com 19.290 empregos formais gerados ao longo do ano, segundo os dados consolidados pelo boletim.
Os pequenos negócios continuam sendo o principal motor de geração de empregos no RN, respondendo pela maior parte dos postos criados, com 19.476 postos acumulados só nas microempresas e sustentando o desempenho positivo em diversos setores da economia.

O boletim mostra que setores como serviço(6.873), indústria (5.059) e comércio (3.843) apresentam participação decisiva na movimentação do mercado de trabalho, enquanto atividades de construção e agropecuária seguem entre avanços e recuos ao longo dos meses deste ano.
No estado, os municípios que mais geraram empregos com carteira assinada em outubro de 2025 foram São Gonçalo do Amarante (289), Parnamirim (180) e Lucrécia (165). Natal, capital potiguar, gerou 101 postos de trabalho. Mossoró (634), Açu (165) e Riachuelo (90) foram os que registraram maior número de desligamentos neste mês.
Para o superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, o resultado positivo de outubro não elimina a necessidade de cautela.
“Apesar do saldo positivo, outubro foi o pior dos últimos anos. Isso acende um sinal de alerta. Precisamos observar se esse desempenho representa apenas um movimento pontual ou se indica uma tendência que pode afetar o ritmo de geração de empregos no estado. A criação de poucos postos é sempre um mau indício, mas ainda não dá para afirmar que há uma reversão. O acumulado do ano é bom, com mais de 19 mil vagas abertas no RN, mas esse é o momento de olhar atentamente para entender o que está acontecendo e como reagir”, afirma Zeca Melo.
O boletim também evidencia que os pequenos negócios seguem como protagonistas no mercado de trabalho potiguar. “Ao analisar o saldo acumulado por porte, verificamos que as microempresas aparecem consistentemente como responsáveis pela maior parcela das contratações ao longo do ano”, comentou Alinne Dantas, gerente de Gestão Estratégica do Sebrae-RN.

