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Desativação de instalações soma mais de R$ 57 bilhões em oportunidades até 2027

A previsão de investimentos é da ordem de R$ 57 bilhões, entre 2023 e 2027, no Brasil. Do total, 22% estão no onshore. Somente na Bacia Potiguar, são pelo menos R$ 3 bilhões em oportunidades
Por Especial Mossoró Oil & Gas Expo
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Mossoró – Enquanto parcela elevada de fornecedores de bens e serviços do setor de petróleo e gás apostam, predominantemente, nas fases iniciais do processo de exploração e produção, o nicho de desativação de instalações desponta como celeiro para geração de novos negócios. As oportunidades se multiplicam com a previsão de investimentos na ordem de R$ 57 bilhões no setor, entre os anos de 2023 e 2027, no Brasil. Deste total, 78% estão na área do offshore e os outros 22%, no onshore do Brasil. Somente na Bacia Potiguar, são pelo menos R$ 3 bilhões em oportunidades.

Mauro Destri, consultor e mediador do painel “O descomissionamento como oportunidade”. Fotos: Edilberto Barros

Os dados constam em relatório enviado à Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) pelas operadoras que atuam no setor de petróleo e gás, e apresentados em conferência na Arena ESG do Mossoró Oil & Gas Expo, maior feira do segmento onshore do Brasil, que termina hoje, em Mossoró.

Segundo o consultor e mediador do painel “O descomissionamento como oportunidade”, Mauro Destri, os investimentos previstos para o setor abrem uma larga janela de possibilidades no segmento e petróleo e gás. No entanto, ele lembra que, para estar inserido no processo e abocanhar uma fatia desse mercado, é preciso estar preparado.

“É necessário ter expertise, conhecer o mercado, ter senso comercial, entender das etapas do descomissionamento e atender requisitos exigidos de ESG. Infelizmente, muitas empresas dizem que estão prontas para atender a esse setor, mas, na hora do cadastro, acaba não passando nos critérios”, orienta.

Novas possibilidades

Até 2027, pouco mais de 6 mil poços que passarão por desinstalação na área do onshore, segundo previsão da ANP. Deste total, cerca de 20% correspondem a instalações na região de Mossoró. De acordo com Destri, no Rio Grande do Norte, as oportunidades estarão concentradas, principalmente, nas instalações de áreas onde houve desinvestimento nos campos por parte da Petrobras.

“A partir do desinvestimento, abriu-se um espaço nesse mercado de descomissionamento em áreas do estado, com foco aqui na nossa região. As empresas que passaram a atuar nos campos maduros têm na sua obrigação, no contrato, vários descomissionamentos a fazer. Inclusive, ano que vem já haverá dois, alerta Mauro Destri.

De olho nas novas oportunidades, o empresário do setor de iluminação, João Evangelista, ouviu atento as orientações do especialista, e deseja se preparar para o mercado que se abre diante dele.

“Ele me explicou que quando há descomissionamento de plataforma fixa, é necessário remover a geração da plataforma, mas ainda haverá trabalhador cortando, içando, e será necessário gerador, ou na parte de cima ou no rebocador. Agora que sei que é possível, preciso me preparar”, afirma.

Na programação de encerramento no terceiro e último dia de evento, nesta quinta-feira (21), a Arena ESG (da sigla em inglês para sigla para Environmental, Social and Governance) que trata das áreas ambiental, social e governança nas empresas, reuniu especialistas de diversas áreas. As conferências de hoje trataram também da valorização de resíduos de perfuração, aspectos sociais das operações onshore, e ainda da temática voltada ao onshore como vetor de desenvolvimento sustentável no Nordeste.

O Mossoró Oil & Gas Expo (Moge) é realizado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte e Redepetro RN, com correalização da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), e reuniu os principais atores da cadeia produtiva do onshore nacional entre os dias 21 e 23, em Mossoró.