Segundo maior polo frutícola do Rio Grande do Norte, o Distrito Irrigado do Baixo Açu (Diba) deve gerar R$ 20 milhões em novos negócios até o final deste ano. A cifra volumosa será o principal resultado da Frut & Tec, feira de fruticultura e tecnologia que reunirá a cadeia produtiva da fruticultura, entre os dias 22 e 24 deste mês, na sede do Distrito, no município de Alto do Rodrigues, Região do Vale do Açu. As estimativas, repletas de otimismo, são da Associação do Diba (Adiba), realizadora do evento em parceria com o Sebrae no Rio Grande do Norte.
O volume de novos negócios gerados significará um incremento de 30% nos atuais R$ 57 milhões alcançados nos sete primeiros meses de 2024. Maior projeto de irrigação em funcionamento no estado, o Diba possui 6.360,77 hectares. Destes, 4,731 hectares estão ocupados com o cultivo de frutas como banana, mamão, coco, manga, melancia, limão, entre outras, destinadas, principalmente, ao mercado externo.
De acordo com o presidente do Diba, Michel Cosme, além de fomentar a geração de negócios, a ideia é que a Frut & Tec possa fortalecer o Diba como um dos principais eixos de desenvolvimento do RN.
“Com a Frut & Tec, vamos agregar os produtores, atrair fornecedores e novos clientes, e catapultar o Diba para um patamar que ele realmente merece, como uma locomotiva que pode ajudar muito no desenvolvimento do estado. A expectativa de crescimento em novos negócios, na ordem de 30%, é uma prova do potencial que temos”, avalia.
Inovação e negócios
Segundo o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae RN, Franco Marinho, ao aliar a área de negócios e orientação técnica, com ênfase na inovação e tecnologia, a Frut & Tec deve contribuir sobremaneira para o fortalecimento dos negócios do setor na região do Vale do Açu. Para ele, tais elementos são pontos chave no desenvolvimento da fruticultura local, especialmente para os pequenos negócios.
“O Vale do Açu é uma região com um potencial muito promissor, a partir do Diba, e a Frut & Tec vem para alavancar esse potencial, trazendo conhecimento técnico e inovador. Somado a isso, o Sebrae atua fortemente no sentido de promover consultorias estratégicas de gestão e inovação para os produtores, e, com isso, teremos mais acesso ao mercado e novas oportunidades de negócios”, avalia.
Ainda conforme Marinho, o objetivo é tornar o evento bianual, e intercalar com a realização da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), que ocorre em Mossoró a cada dois anos.
Programação
Essa será a segunda edição da Frut & Tec, que tem ainda a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RN) e Federação da Agricultura e da Pecuária do RN (Faern). O evento terá vasta programação técnica, composta por palestras com expoentes do setor da fruticultura, a exemplo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), que tratará de boas práticas de ESG para fortalecer a fruticultura.
Constam ainda apresentações de novas culturas, como o cacau, e orientações acerca da qualidade da manga e banana para o mercado interno e externo.
Paralelamente, ocorrerá a feira de negócios, com exposição produtos, serviços e implementos agrícolas em área de 30 estandes. As programações terão início às 9h e seguirão até 19h, com abertura oficial às 18h da quinta-feira (22).
Dentro da programação da Frut & Tec, os participantes terão a oportunidade de conhecer de perto uma área produtora de limão taiti, uma das novas culturas em produção no Distrito Irrigado. Na visita, serão orientados sobre manejo adequado para combater doenças e pragas comuns ao cultivo.
Protagonismo
A fruticultura é um dos setores mais representativos para a economia potiguar. Conforme Boletim do Agronegócio, elaborado pelo Sebrae RN, somente no primeiro semestre de 2024, o RN exportou mais de US$ 73.318.208 em frutas. Os dados posicionam o RN como o quarto maior produtor do Brasil.
O setor é o segundo item na pauta de exportações do estado, com 74,2 milhões de dólares exportados. Fica atrás apenas dos óleos combustíveis (321 milhões de dólares).
Somente as variedades de melão, manga, melancia e mamão respondem por 14,72% de toda a produção dessas frutas no Brasil. Os dados são da última pesquisa Produção Agrícola Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022. A produção está concentrada, principalmente, no Diba, no polo produtor de Mossoró e região de Baraúna, maior do estado.
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