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A importância do posicionamento e da atuação do poder público em prol do desenvolvimento econômico territorial, por meio da inovação e da ciência, foi o ponto central de discussão do primeiro painel do ELI Summit — evento nacional que conecta ecossistemas de inovação do Brasil e do mundo. A programação teve início nessa terça-feira (4) e segue até quinta-feira (6), no Centro de Convenções de Natal, com os temas centrais “Conexão e transformação”, “Inovação que move territórios” e “Governança que constrói”.
Com o assunto “Gestão pública e as novas formas de governança para o século XXI”, o painel contou com a participação de Paulo Renato Ardenghi, CEO da GOV.UP, head Latam do Startup Guide e colunista da revista MIT Sloan; Alex Canziani, secretário de Inovação e Inteligência Artificial do Paraná; e Breno Alencar, diretor de Inovação Aberta e Governança de Dados da Empresa Municipal de Informática de Recife (Emprel). A mediação foi conduzida por Ricardo Sena, secretário executivo de Inovação do Estado de Mato Grosso.
Durante o debate, Breno Alencar destacou como a inovação tem servido para transformar a forma de acesso aos serviços públicos em Recife, com foco em uma gestão mais voltada para o cidadão. Ele explicou que a mudança de cultura interna foi essencial para que os servidores passassem a enxergar os problemas da cidade de maneira integrada.
“Mesmo que a situação não esteja diretamente ligada à sua secretaria, ela ainda é um problema da prefeitura como um todo. Foi preciso adotar essa visão para que as soluções funcionassem”, ressaltou.
Segundo Breno, a inovação no município partiu da identificação das principais causas de ineficiência nos atendimentos, como encaminhamentos incorretos e altas taxas de abstenção — como o não comparecimento a exames médicos, por exemplo. Uma das soluções criadas na área da saúde para resolver esses gargalos foi ampliada e hoje é utilizada em outros estados, tornando-se um exemplo de como a inovação pública pode gerar impacto real na vida do cidadão.
Alex Canziani, por sua vez, abordou a relação entre inovação e crescimento econômico, citando o recente Prêmio Nobel de Economia de 2025, concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, por seus estudos sobre crescimento impulsionado pela inovação. “Há quem questione se inovar gera resultados econômicos. Esses estudos comprovam que sim. Estamos no caminho certo ao acreditar na inovação como motor de geração de renda e emprego”, afirmou.
O secretário destacou ainda que o Paraná saiu da sexta para a terceira posição no ranking nacional do INPI, entre as economias mais dinâmicas e tecnológicas do país. Em 2023, o estado investiu R$ 77 milhões em ciência e inovação. “Em 2025, o investimento ultrapassará R$ 600 milhões em ciência e tecnologia, o que tem feito toda a diferença no nosso desenvolvimento”, reforçou.
Encerrando o painel, Paulo Renato Ardenghi provocou uma reflexão sobre o papel do poder público na agenda da inovação e sobre os desafios de mentalidade que ainda precisam ser superados.
“A vida acontece nas cidades, e as prefeituras precisam assumir um papel protagonista no desenvolvimento da inovação. É preciso ter prefeitos corajosos, que invistam em projetos capazes de gerar resultados econômicos e sociais concretos”, defendeu Paulo Renato Ardenghi.
Ele citou o exemplo do município de Gravataí (RS), que atraiu R$ 50 milhões em investimentos e criou o primeiro cluster nacional de inteligência artificial. “O grande desafio é que o poder público se posicione como mentor dessas políticas. É preciso ir além da zeladoria urbana — investir em startups também é uma forma de reter talentos e impulsionar o futuro das cidades”, completou Ardenghi.
ELI Summit 2025
Em sua quarta edição — e a primeira realizada fora de Pernambuco —, o evento reúne representantes de ecossistemas de inovação de todo o país. Com o propósito de fortalecer conexões, estimular a troca de experiências e impulsionar a inovação como vetor de desenvolvimento econômico e social, o ELI Summit segue até o dia 6 de novembro, das 8h às 19h, no Centro de Convenções de Natal. A programação evidencia o potencial inovador e produtivo do Rio Grande do Norte, que vem se destacando em setores como energia, tecnologia, agroindústria e economia criativa.
