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Plano define ações para impulsionar a inovação no meio rural potiguar

Construído pelo Sebrae, atores e governança do setor, o Plano de Intervenção do ELI Agro apresenta as ações prioritárias para inserir a inovação nas atividades rurais
Por Redação
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Natal – O agronegócio do Rio Grande do Norte já estipulou onde e como canalizar esforço e investimento para ter negócios rurais mais competitivos, produtivos e rentáveis por meio da inovação. As ações prioritárias para atingir esse objetivo estão estipuladas no Plano de Intervenção Estratégico do Ecossistema Local de Inovação Agro (ELI Agro), construído após uma série de oficinas com representantes de instituições e atores do setor rural. O planejamento foi apresentado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte em solenidade realizada na terça-feira (19), na Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc).

O projeto reúne atores diversos, desde pequenos produtores, criadores, instituições de ensino, pesquisa e fomento à inovação do estado e visa fortalecer as atividades rurais, através da adoção de práticas inovadoras e da cultura da inovação tecnológica. O ELI Agro é uma espécie de hub que conecta produtores, empresas, startups e instituições públicas e privadas com o mesmo propósito, ampliar a inovação no campo. O ELI Agro é mais do que um plano, é uma mudança de paradigma, pois é voltado para os empreendimentos que estão na ponta, direcionando-os para o uso da tecnologia com propósito de reduzir custos, aumentar eficiência e trazer benefícios reais para o campo.

O documento mapeia o setor e aponta ações prioritárias, definidas pelo próprio segmento, para impulsionar a inovação com a aplicação da metodologia ELI, desenvolvida pelo Sebrae em parceria com a Fundação CERTI. O método identifica áreas com potencial de inovação, considerando variáveis técnicas e vocação produtiva. Durante o evento, a gerente da Unidade de Desenvolvimento do Agronegócio do Sebrae-RN, Mona Paula Nóbrega, explicou como funciona a metodologia e apresentou as principais ações contidas no planejamento. Não apenas uma ideia, mas um plano estratégico detalhado com ações delineadas por metas, competência e responsabilidades para os integrantes do ecossistema, em suas áreas.

O lançamento reuniu empresários, pecuaristas, lideranças e representantes de instituições ligadas ao agronegócio potiguar. “O Rio Grande do Norte ganha muito porque a gente está iniciando esse projeto já com todo mundo de mãos dadas, acreditando e confiando”, frisou inicialmente o presidente da Anorc, Matheus França, ao comparar essa fase do projeto no Rio Grande do Norte com a da mesma iniciativa no Paraná, onde a metodologia foi iniciada.

Olhar para o futuro

Para o presidente da Anorc, com as ações previstas, o estado dá um passo à frente. Não apenas em termos de tecnologia e pesquisa, mas também na construção de um futuro sustentável para o agronegócio, e enfatiza: “Não somos visionários, somos realizadores. E o mundo está de olho no que estamos fazendo aqui no Rio Grande do Norte”.

O diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, participou da solenidade e compartilha opinião semelhante. Para ele, a união de entidades distintas, FAERN, universidades, Instituto Metrópole Digital, faz, com ações coordenadas, o estado olhar para o futuro, apostando em conhecimento e tecnologia.

“Vamos implementar um grande projeto, absorvendo a inovação do agronegócio. Estamos entusiasmados, e pelo otimismo que vejo aqui, pela nossa capacidade e por esse grupo, vamos gerenciar um grande projeto, nós vamos dar um salto importante, incluir a inovação, absorver a inovação do agronegócio, forte e forte”, afirmou Zeca Melo, como também é conhecido o superintendente.

O diretor acredita na transformação gerada pela inovação tecnológica e cita um exemplo bem-sucedido do uso da inovação tecnológica aplicada ao agronegócio, o Programa Leite e Genética. A iniciativa é desenvolvida pela instituição junto a bovinocultores, ofertando modernas técnicas reprodutivas, como inseminação artificial e fertilização in vitro, para melhoria do padrão genético do rebanho de pequenos produtores. No estado, já são quase 40 mil animais de alta qualidade, frutos desse projeto.

O secretário Estadual de Pecuária e Pesca, Guilherme Saldanha, também esteve presente no lançamento e compartilhou a sua visão sobre o projeto visionário. O titular da SAPE-RN aponta os potenciais dos negócios rurais do estado. O RN se destaca como o maior exportador de frutas do Brasil. Os camarões potiguares também conquistam paladares em todo o país. Além disso, a pecuária de leite e os queijos artesanais têm registrado crescimento.

“Não é só uma questão econômica, é sobretudo social. São empregos, oportunidades e aumento de renda para os agricultores familiares”, ressalta Saldanha. Para ele, o ELI Agro chega para democratizar o conhecimento e a inovação e levá-los às mãos do pequeno produtor”, pensa o secretário.

Acompanhando o mercado 

Na opinião do coordenador Geral de Articulação para a Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), César Teles, a inovação deve ir além do papel e dos resultados teóricos. “Quando a gente pensa em inovação, tem que pensar em custo, sustentabilidade e mercado-alvo. Por exemplo, se vocês exportam para a União Europeia, é preciso saber se eles aceitam determinadas inovações, como novos agrotóxicos. Caso contrário, todo o investimento será em vão”, enfatiza.

De acordo com o coordenador, o ELI Agro pode representar mais do que uma iniciativa; mas um compromisso com o futuro, já que o Rio Grande do Norte está à frente desse movimento, difundindo a inovação e construindo um cenário sustentável para o agronegócio. “Não somos apenas visionários; somos realizadores”, conclui Teles.

Durante a apresentação do planejamento, o presidente da FAERN, José Vieira, pontuou sobre inovação no agronegócio e a importância de considerar a viabilidade e os benefícios práticos das inovações para os agricultores. Também mencionou a necessidade de reunir diferentes partes interessadas, como universidades, empresas e financiadores, para discutir e buscar soluções para o futuro da agricultura no Rio Grande do Norte.

“Com certeza, vamos atingir o objetivo maior, que é trazer melhoria para o meio rural. Está dentro dos critérios e prioridades do MAPA a questão da inovação, para que esse produto tenha o melhor resultado”, defende José Vieira.