Caicó/RN – O Encontro dos Agentes de Desenvolvimento, realizado nessa quinta-feira (27) na Agência Sebrae Seridó Ocidental, em Caicó, fortalece a expansão das Salas do Empreendedor ao reunir agentes da região e dar as boas-vindas aos novos profissionais que assumiram a função após mudanças nas gestões municipais. Com a implementação das Salas do Empreendedor em praticamente todos os municípios do estado, esse modelo de desenvolvimento local tem se expandido de forma significativa no Rio Grande do Norte.
Das 167 cidades potiguares, 164 já contam com esse importante ponto de apoio aos pequenos negócios. A última unidade foi inaugurada em Caicó no mês de março, e, em breve, outras duas cidades também terão suas salas em funcionamento, somando 166 Salas do Empreendedor no estado.
Essa realidade é única no Brasil. Não existe nenhum outro estado que tenha um modelo de tão alta padronização como o que criamos aqui no RN. Conseguimos alcançar um nível de maturidade tanto na infraestrutura quanto no atendimento, e esse modelo tem sido replicado em outras regiões do país, destacou Thales Rodrigues, analista da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae-RN, durante o encontro.
Durante o evento, Thales Rodrigues abordou a Lei Complementar 123/2006, que criou o papel do agente de desenvolvimento e atribuiu ao poder público a responsabilidade de nomear esse profissional para promover o desenvolvimento local. “O agente de desenvolvimento (AD) vai muito além de um atendente para os microempreendedores. De acordo com a lei, ele é um grande articulador de políticas públicas nos municípios. No RN, já temos exemplos de ADs que atuam como captadores de recursos para o município, escrevendo projetos e estabelecendo parcerias com órgãos como a Receita Federal, agências de crédito e até o INSS, facilitando o acesso dos cidadãos aos serviços dessas instituições”, ressaltou o analista do Sebrae.
Capacitações voltadas para o empreendedorismo local
Além de destacar a importância das Salas do Empreendedor e o papel essencial dos agentes de desenvolvimento, o encontro também contou com capacitações voltadas para temas como Marketing e Inteligência Artificial, com o objetivo de potencializar os projetos de empreendedorismo local. Entre as atribuições dos agentes estão a orientação sobre compras públicas, o acesso ao crédito, o portfólio de soluções do Sebrae e a divulgação da agricultura familiar. “A Sala do Empreendedor deve ter uma estrutura mínima, canais digitais e um padrão de atendimento que é constantemente avaliado por um cliente oculto”, explicou Thales, que também é responsável pela gestão do Selo Sebrae de Referência em Atendimento.

O Selo Sebrae é uma metodologia que avalia a qualidade dos atendimentos e serviços prestados pelas Salas do Empreendedor e seus parceiros, com o objetivo de reconhecer as boas práticas no atendimento aos empreendedores locais. O selo é dividido em três categorias: Bronze, Prata e Ouro, e avalia critérios qualitativos e quantitativos para atribuir as categorias de qualidade.
“Sem os nossos parceiros estratégicos, não seria possível atender todos os municípios, especialmente os mais distantes e de pequeno porte. As Salas do Empreendedor são fundamentais para levar o Sebrae a todos os CNPJs, sejam MEI, microempresas, empresas de pequeno porte, produtores rurais ou artesãos. Elas são a base da nossa capilaridade no estado”, afirmou Thales Rodrigues.
Papel do agente territorial e apoio às Salas do Empreendedor
Durante o encontro, o agente de desenvolvimento de Santana do Seridó, Douglas Azevedo, compartilhou sua experiência. Com 2.787 habitantes, o município que faz fronteira com a Paraíba tem se destacado pelo trabalho focado em entender as atividades econômicas locais e implementar estratégias para fomentar o empreendedorismo. “Trabalhamos com orientação sobre formalização, compras públicas e promovemos capacitações para despertar os microempreendedores para as oportunidades de crescimento”, contou Douglas.
Ele também ressaltou que a atuação dos agentes de desenvolvimento varia de município para município. “Cada AD tem uma abordagem personalizada, dependendo das necessidades da região. Alguns municípios priorizam compras públicas, outros focam em treinamentos ou na promoção da agricultura familiar”, completou. Para ele, a personalização no atendimento é essencial: “Muitas vezes, o empreendedor não sabe exatamente o que precisa ao chegar na sala, e nosso papel é ajudá-lo a enxergar as oportunidades para o crescimento do seu negócio.”

Os agentes de desenvolvimento contam ainda com o apoio dos agentes territoriais, como é o caso de Helmani de Sousa Rocha, que atuará na região do Seridó Ocidental. Helmani tem o papel de fornecer informações e orientações sobre as melhores práticas para os ADs. “As Salas do Empreendedor são um instrumento essencial para facilitar a vida do pequeno empreendedor, especialmente o MEI, que ganha em qualidade de atendimento e acesso a serviços que antes não estavam disponíveis”, reforçou Helmani.
O encontro de Caicó foi finalizado com a elaboração de um plano de ação para as Salas do Empreendedor nos diversos municípios da região, fortalecendo ainda mais o apoio ao desenvolvimento local.