Com o objetivo de compreender e propor soluções para os desafios da cadeia produtiva da aquicultura no Rio Grande do Norte, foi iniciado o Grupo de Trabalho da Aquicultura Potiguar (GT Aquicultura). A iniciativa integra o Ecossistema Local de Inovação para o Agronegócio (ELI Agro), com apoio do Sebrae-RN, e pretende promover ações inovadoras voltadas ao desenvolvimento do setor no estado.
A primeira reunião do grupo aconteceu na manhã desta terça-feira (22) e contou com ampla representatividade de segmentos da cadeia produtiva, incluindo associações de criadores de camarão e peixes ornamentais, além de representantes do cultivo de ostras, da pesca artesanal e das recém-introduzidas macroalgas marinhas. Estiveram presentes também instituições de ensino e pesquisa, além de órgãos de fomento, como a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca – SAPE e o Ministério da Pesca e Aquicultura.
Durante o encontro, foi apresentada a metodologia do ELI Agro e realizada uma dinâmica com divisão dos participantes por segmento. Cada grupo discutiu suas principais dificuldades, necessidades de melhoria e perspectivas de crescimento. A partir dessas contribuições, será elaborado um plano de ação que será encaminhado à governança do ELI Agro.
“O GT da Aquicultura surge como um espaço de inovação, onde buscamos soluções para os problemas que atingem desde o grande até o microprodutor”, destacou Antonino Bezerra, engenheiro de Aquicultura e consultor do Sebrae-RN. O grupo contempla cinco atividades econômicas principais: cultivo de ostras, algas marinhas, peixes ornamentais, camarão e pesca artesanal.
Segundo Antonino, a proposta é levantar demandas específicas de cada cadeia, desenvolver um plano de trabalho personalizado para cada uma e, ao longo do ano, trabalhar em soluções conjuntas. O GT segue aberto à participação de produtores de todo o estado.
Contribuições dos atores produtivos
Para Geraldo Costa, representante da colônia de pescadores artesanais de Apodi e da Federação dos Pescadores Artesanais do RN, a importância da formação deste grupo está na possibilidade de reunir várias cadeias dentro da aquicultura, trazendo à tona — e até revelando novidades — sobre demandas, dificuldades, potencialidades e oportunidades já existentes.
“A expectativa é que, com esse trabalho, a gente consiga, no mínimo, elencar todas as nossas dificuldades e necessidades, para que, a partir daí, as políticas públicas possam ao menos minimizar ou resolver os problemas. Isso vai permitir não só a continuidade da produção, mas, em muitos casos, a legalização de toda essa atividade. Ao mesmo tempo, esse processo vai gerar dados importantes para o próprio governo, que poderá normatizar, planejar investimentos e direcionar melhor as políticas públicas”, explicou.
Da mesma forma, Adailma de Almeida, da Associação Ostras Guaraíras, de Senador Georgino Avelino, acredita que a iniciativa só vem a somar e agregar. “A gente adquire conhecimento e consegue melhorias para o nosso trabalho. Além disso, sentimos falta de mais informações — como as que estamos recebendo aqui —, e eu acho isso muito importante. A gente sai daqui sempre aprendendo mais”, afirmou.