Serra Negra do Norte/RN – A cidade de Serra Negra do Norte, no interior do Rio Grande do Norte, será palco de um evento nacional que vai marcar a história da indústria têxtil potiguar: a 1ª edição da Feira Boné Brasil – Feira Nacional da Cadeia Produtiva do Boné. O evento acontece de 31 de julho a 2 de agosto de 2025 e reunirá empresários, fornecedores, estilistas, designers e profissionais do segmento em uma programação voltada para negócios, inovação, turismo e moda.
Com o objetivo de consolidar o Rio Grande do Norte como polo da indústria boneleira no país, o evento é uma iniciativa dos empreendedores da indústria de bonés do Seridó, com apoio do Sebrae Nacional, Sebrae-RN, FIERN, Governo do Estado e Prefeitura de Serra Negra do Norte.
A programação da Feira Boné Brasil contará com exposições, rodada de negócios, painéis temáticos, oficinas e desfile de moda — coordenado pelo curso de Design de Moda do IFRN de Caicó, que participará com alunos em visita técnica e apoio ao evento.

“O setor boneleiro vem crescendo há alguns anos e está consolidado aqui na região do Seridó. A Feira Boné Brasil vem enaltecer essa pujança e mostrar a importância econômica que ele tem para o nosso território. O boné produzido aqui é vendido em todo o Brasil, e essa receita volta para girar a economia regional”, destaca Pedro Medeiros, gerente da Agência Sebrae Seridó Ocidental.
Segundo Pedro, o Sebrae-RN está estruturando uma grade de palestras voltadas tanto para a gestão empresarial quanto para o aperfeiçoamento técnico da produção. “O Sebrae também estará presente na feira com um estande de atendimento e orientações ao público. Temos produtos e serviços que atendem às necessidades da indústria boneleira e queremos impulsionar ainda mais esse setor”, reforça.

Para Francisco Sena, empresário caicoense e presidente do SindBonés-RN (Sindicato das Indústrias de Bonés e Chapéus do RN), o evento representa um marco para o setor. “Uma feira desse porte traz fornecedores, clientes, novos conhecimentos e fortalece a confecção no interior do estado. Também será uma oportunidade de ampliar o número de associados ao sindicato e levantar debates sobre políticas públicas para o setor”, afirma Sena.
A indústria boneleira tem se destacado não apenas pela produção em larga escala, mas também pela qualidade e tecnologia empregadas. Aline Barros, gestora da Lola Soluções – empresa que atua na distribuição de aviamentos e maquinários para confecção e vestuário -, destaca o avanço do setor na região. “Hoje, as fábricas do Seridó entregam produtos com padrão premium, que agradam tanto ao público personalizado quanto às grandes marcas e lojas. A feira é um momento de mostrar essa qualidade para o Brasil inteiro”, diz.

Aline relembra que a Lola chegou à região em 2018, após um evento voltado ao setor, e desde então tem investido em tecnologia e otimização de processos para apoiar o crescimento da indústria local. “Mesmo em meio à pandemia, apostamos no mercado porque acreditamos no potencial da bonelaria do Seridó. Hoje, colhemos os frutos dessa aposta.”
A expectativa é de que a Feira Boné Brasil movimente toda a cadeia produtiva da região, gerando negócios, conexões e oportunidades. Uma vitrine para mostrar que do sertão potiguar, com criatividade, trabalho e apoio institucional, também nascem tendências, empregos e soluções para o Brasil inteiro.
Feira deve fortalecer o turismo regional
Para além da movimentação comercial, o evento tem potencial de impulsionar o turismo regional, como explica o empreendedor Geovani Robson, da agência Team da Serra, responsável pela operação turística oficial do evento. A proposta é criar uma experiência de turismo de negócios completa, que gere renda para toda a região.
“Nossa proposta é aproveitar que os visitantes virão para negócios e mostrar o que o Seridó tem de melhor: as fábricas de bonés e chapéus, o artesanato, queijeiras, cachaçarias, belezas naturais e muito mais. A ideia é que o turista não apenas venha, mas se encante e queira voltar. Além disso, a logística de hospedagem será regionalizada: Caicó (RN) e Patos (PB) serão pontos estratégicos para receber os visitantes”, explica Geovani.