Durante o EVEx Brasil 2025 – Natal Energy Experience, o diretor-superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, defendeu um “modelo mais equilibrado de gestão energética” como uma das grandes necessidades no contexto da transição para fontes renováveis. Ele destacou que, embora o Rio Grande do Norte seja hoje referência na geração de energia limpa no Brasil, ainda enfrenta entraves que exigem mudanças estruturais.
O EVEx Brasil 2025 acontece nesta quinta (03) e sexta (04) no SERHS Natal Grand Hotel & Resort, com o tema “Transição Energética e Ação Climática: sinergias ibero-americanas rumo à COP30”. Em sua segunda edição consecutiva na capital potiguar, o evento busca consolidar Natal como um polo de intercâmbio de conhecimento e oportunidades para os mercados ibérico e latino-americano.
O Rio Grande do Norte prova sua importância ao setor por liderar a geração eólica nacional, com 4,2 GW de capacidade instalada em operação até junho de 2025, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o que corresponde a 34% da produção do país. Em energia solar, o RN soma 0,8 GW em usinas de grande porte, com crescimento de 22% em 2024, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Um relatório do Global Wind Energy Council (GWEC) aponta o estado como o quarto mercado mais atrativo para eólica onshore na América Latina, e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que o RN atinja 6 GW até 2028.
Mesmo com esses números robustos, Zeca Melo ressaltou que o setor ainda enfrenta barreiras importantes em infraestrutura, financiamento, licenciamento e linhas de transmissão.
“Esses desafios nos convidam a refletir sobre alternativas para um modelo mais equilibrado de gestão energética, que certamente passará por mudanças estruturais. Entre elas, destacam-se a adoção de usinas híbridas, o armazenamento de energia e o uso eficiente da rede elétrica, cada vez mais apoiado por tecnologias intensivas em inteligência artificial”, afirmou.
Ele também chamou atenção para o impacto das transformações sobre os negócios, alertando que a transição energética tende a descontinuar modelos tradicionais ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades para empreendimentos alinhados às exigências do setor.
“Temos o desafio urgente de atrair carga para nossa região e utilizar a geração de energia limpa e renovável como indutora de infraestrutura industrial. Queremos atrair empresas com alto consumo energético, que possam promover o crescimento do PIB do Estado e impactar positivamente os indicadores sociais por meio da geração de empregos qualificados e empresas robustas”, completou.
O Sebrae-RN, que sedia o Polo Sebrae de Energias Renováveis, atua como articulador para o fortalecimento dessa cadeia produtiva no estado, estimulando conexões entre empresas, investidores, pesquisadores e governos para impulsionar o desenvolvimento sustentável e ampliar a participação do RN na transição energética nacional.