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Case potiguar dos Quintais Mendonça ganha destaque na COP 30 como referência em sustentabilidade 

Com apoio do Sebrae/RN, iniciativa desenvolvida com comunidades indígenas do semiárido foi apresentada no painel sobre agricultura familiar e saberes tradicionais
Por Especial Cop 30
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A COP 30 abriu espaço para que saberes tradicionais e soluções de convivência com o semiárido fossem apresentadas como referência nacional em sustentabilidade. No painel “Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais”, o Rio Grande do Norte se destacou com o case do Projeto Quintais Mendonça — uma experiência construída pela CPFL Energia em parceria com o Sebrae/RN e desenvolvida junto às comunidades indígenas de Santa Terezinha, Amarelão e Serrote de São Bento, em João Câmara.

O diretor técnico do Sebrae/RN, João Hélio Cavalcanti, realizou a abertura do painel, ressaltando o papel da instituição no fomento a projetos que transformam realidades locais. Em seguida, a moderação foi conduzida por Joaci Medeiros, analista de competitividade do Sebrae Nacional, que articulou a apresentação de quatro cases de diferentes regiões do país.

O gerente de Meio Ambiente e Fundiário da CPFL Energia, Guilherme Donato Pagliarini, foi quem apresentou o case, destacando que o território enfrentava desafios históricos, como a dificuldade de acesso à água. A iniciativa buscou soluções produtivas adaptadas à realidade do semiárido, combinando manejo sustentável, técnicas apropriadas e novas possibilidades de geração de renda para as famílias indígenas.

Pagliarini ressaltou que a mudança de cultura produtiva foi determinante para os resultados alcançados. A adoção do manejo de abelhas sem ferrão, somada à capacitação técnica, à educação ambiental e ao uso adequado de equipamentos de proteção individual, fortaleceu a cadeia da apicultura e da meliponicultura na região. O plantio de espécies frutíferas nativas e a criação de quintais produtivos também ampliaram a biodiversidade local e diversificaram as atividades econômicas das comunidades.

Segundo o gerente, um dos diferenciais da iniciativa foi a integração entre saberes tradicionais e orientação técnica — um processo impulsionado pela atuação do Sebrae/RN.

“A atuação do Sebrae maximiza resultados. A articulação promovida pelo Sebrae no RN foi decisiva para mobilizar parceiros, fortalecer práticas sustentáveis e consolidar um modelo que já pode ser replicado em outros territórios” destacou.

Durante sua fala, Pagliarini defendeu ainda a ampliação de incentivos fiscais voltados a empresas que investem em projetos socioambientais, ressaltando que esse tipo de mecanismo pode acelerar a implementação de ações de impacto, como as que transformaram a realidade dos Quintais Mendonça.

O painel também apresentou experiências do Paraná, Maranhão e Pará, evidenciando iniciativas que conectam agricultura familiar, bioeconomia, inovação e valorização de saberes tradicionais. Para o diretor Técnico do Sebrae/RN, João Hélio Cavalcanti, a COP 30 reforça o papel estratégico da instituição na articulação territorial. “Quando tradição, conhecimento técnico e articulação convergem, surgem modelos capazes de transformar realidades locais”, afirmou.

Com visibilidade internacional durante a conferência, o case potiguar se consolida como um exemplo de desenvolvimento sustentável que alia inclusão social, fortalecimento produtivo e respeito às tradições dos povos indígenas do semiárido.

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