Pau dos Ferros/RN – O Sebrae no Rio Grande do Norte, por meio da Agência Sebrae do Alto Oeste (Pau dos Ferros), iniciou nesta semana a execução do Projeto Artesanato do Alto Oeste Potiguar (ARTESAO). Desenvolvido em cooperação técnica com gestões municipais, a ideia é fortalecer grupos de artesãos e estruturar o artesanato como atividade empreendedora na região. São Miguel é o primeiro município do Oeste potiguar a aderir à iniciativa.
O workshop “O Poder do Artesanato: da Criatividade ao Mercado”, na última quinta-feira (4), marcou o início de ciclo de sete ações, que serão realizadas entre o final de 2025 e o primeiro semestre de 2026. O cronograma inclui workshops, oficinas presenciais e consultorias especializadas.
Em São Miguel, a cooperação técnica firmada entre o Sebrae RN e a Prefeitura beneficiará cerca de 20 artesãos, com atuação em diferentes tipologias. De acordo com o analista técnico do Sebrae RN Ralph Monteiro, o projeto foi concebido para enfrentar desafios históricos do setor artesanal no Alto Oeste.
“No Alto Oeste, ainda é necessário fortalecer o reconhecimento do artesanato como atividade empreendedora, ampliar a atuação coletiva e preencher a ausência de um mapeamento atualizado do setor. O projeto vem para reorganizar esse cenário, qualificar os artesãos e gerar mais oportunidades de mercado”, afirma.
Identidade territorial e religiosa

A trilha formativa reúne temas como gestão, empreendedorismo no artesanato, construção de marca, diagnóstico socioprodutivo, formação de preço e planejamento estratégico. As ações visam consolidar a compreensão do artesanato como negócio.
“Iniciamos a primeira atividade do cronograma e, ao longo do primeiro semestre de 2026, seguiremos com capacitações e consultorias que ajudarão os artesãos a transformar sua arte em empreendimento, com mais estratégia e posicionamento”, destaca Monteiro.
O grupo atendido em São Miguel é composto majoritariamente por mulheres artesãs, muitas delas dedicadas a peças que ressaltam a identidade territorial e religiosa, elementos fortes da cultura local. Entre as participantes, a artesã Leonora Victor destaca que o início do projeto trouxe motivação ao coletivo.
“A apresentação do projeto já deu um gás ao grupo, e acho que estávamos precisando desse apoio, dessa força. Acredito que esse projeto vem acrescentar muito para a gente em questão de maturidade profissional e reconhecimento da cultura da cidade. Tenho uma expectativa muito positiva de sairmos com ótimos resultados depois da realização das ações”, afirma.
As próximas etapas previstas incluem a aplicação de diagnóstico sobre a atividade artesanal no município, oficinas de construção de marca, planejamento estratégico e formação de preço, além de consultoria para criação ou redefinição da identidade visual dos artesãos. O cronograma segue até agosto de 2026.

