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Sebrae/RN destaca apoio ao empreendedorismo feminino em painel da COP 30

Realizado nesta semana, durante a programação oficial da Conferência em Belém
Por Especial RN na Cop 30
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O engajamento do Sebrae/RN nas pautas de impacto social ganhou destaque na manhã da última quinta-feira (13), durante o painel “Aceleração de Impacto para o Empreendedorismo Feminino”, realizado no Barco Banzeiro da Esperança, atracado nas Docas de Belém. Lorena Roosevelt, gerente do Polo Sebrae de Energias Renováveis, compartilhou experiências e reflexões sobre os desafios enfrentados por mulheres empreendedoras — especialmente aquelas que atuam em setores estratégicos e ainda marcados por desigualdades.

Mediado pela comunicadora Silvia Castro (Podcast Na Boa) e pelo CEO do Baanko, André Menezes, o encontro reuniu ainda Daniel Poli, responsável pela estratégia de impacto da Cielo, e Dani Balbina, professora de finanças da Fundação Dom Cabral (FDC). O painel integrou a programação da Green Zone da COP30, ampliando a discussão sobre inovação, inclusão e sustentabilidade no ecossistema empreendedor brasileiro.

Ponto de partida: equidade de acessos
Abrindo a roda de diálogo, Dani Balbina ressaltou a urgência da equidade de oportunidades. Para ela, o acesso a ferramentas de gestão e crédito ainda encontra barreiras de gênero — e, sobretudo, de linguagem. “A gente quer equidade, acesso aos mesmos direitos. A educação financeira feminina é recente. O desafio é alinhar a linguagem do sistema financeiro para que mulheres possam acessar crédito de maneira justa”, afirmou.

A pesquisadora reforçou a necessidade de programas que avancem além do treinamento técnico e garantam também a formação financeira adaptada às realidades das mulheres.

Invisibilidades e descobertas no empreendedorismo
A partir de uma pesquisa conduzida pelo Baanko, André Menezes expôs dados que revelam o potencial econômico não explorado das mulheres negras. Segundo ele, é possível triplicar o faturamento desse público em um intervalo de apenas seis meses quando há apoio direcionado. “Um dos achados mais fortes foi perceber que muitas mulheres não se reconheciam como empresárias. Nomear-se tem impacto direto na forma como elas se posicionam no mercado”, reforçou.

Menezes destacou também o papel do marketing e o impacto do engajamento digital na trajetória dessas empreendedoras.

Como o Sebrae apoia mulheres que empreendem sem rede de suporte

Provocada pelos mediadores sobre o papel das lideranças masculinas no cotidiano das empreendedoras, Lorena Roosevelt respondeu apresentando a estratégia do Sebrae/RN para acolher mulheres que iniciam negócios sem apoio familiar ou de parceiros.

Segundo ela, o Polo de Energias Renováveis e outras iniciativas do Sebrae no estado vêm estruturando ações integradas — que incluem capacitações, mentorias especializadas, atendimento personalizado e articulação em rede.

“Muitas mulheres chegam até nós sem qualquer suporte, às vezes enfrentando resistência dentro de casa. Nosso trabalho é criar esse ambiente de confiança e fortalecer a autonomia delas, seja com conteúdo técnico, seja com acompanhamento próximo e acesso a oportunidades”, afirmou.

Lorena destacou que, no setor de energias renováveis — área com presença feminina ainda limitada —, o Sebrae/RN atua para descentralizar o conhecimento, ampliar a participação feminina em cursos de base tecnológica e fomentar negócios liderados por mulheres.

Suporte técnico e emocional como missão
Representando a Cielo, Daniel Poli apresentou o programa Impulsiona, iniciativa que nasceu com a missão de acolher e fortalecer empreendedoras em diferentes territórios. “Somos uma empresa de tecnologia e nosso papel é facilitar a vida do empreendedor. Mas precisamos ir além da segurança da transação: estamos aqui para oferecer suporte técnico e emocional, ajudar essas mulheres a ressignificarem suas jornadas e se estabelecerem nos territórios onde vivem”, destacou.

Desigualdades persistentes e falta de acesso à informação
Fechando a mesa, Dani Sábio, do movimento Engaja Mundo, reforçou a importância da participação feminina em redes de conhecimento e apontou lacunas ainda profundas na oferta de informações. Segundo ela, a dificuldade de acesso a editais, linhas de financiamento e programas específicos para mulheres — sobretudo negras e periféricas — continua sendo um entrave.

Foto: Mariana Falcão

Ela também lembrou que 49% das mulheres brasileiras são chefes de família, o que reforça o impacto social da autonomia econômica feminina. Sua fala incluiu ainda relatos pessoais sobre experiências profissionais abusivas, destacando a urgência de ambientes de trabalho mais seguros e inclusivos.

A participação do Sebrae/RN no painel reforça o compromisso da instituição em promover inovação com impacto social, conectando setores estratégicos — como o de energias renováveis — às pautas de inclusão e fortalecimento do empreendedorismo feminino. Com presença ativa na COP 30, o Sebrae leva para Belém exemplos e soluções que dialogam diretamente com os desafios ambientais, econômicos e sociais enfrentados pelo país.

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Foto: Mariana Falcão
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