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Natal –É mais comum do que se imagina. Parte dos produtores rurais que almejam uma certificação orgânica ainda desiste devido ao grande volume de documentação exigida tanto para obtenção quanto para a manutenção do selo. A extensa papelada não apenas desanima o produtor, como também torna-se um empecilho para agregar valor à produção, que o selo de orgânico proporciona, e, consequentemente, a rentabilidade da propriedade.
Em Angicos, localizado em pleno sertão, cinco acadêmicos do curso de Bacharelado em Sistemas da Informação do campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) enxergaram nesse descompasso uma oportunidade em vez de somente um problema. Orientados pelo professor João Paulo Damásio, os estudantes João Victor da Cunha, Erik David, Ywry Scheller, Marcelo Junior e João Victor Queiroz criaram uma ferramenta que facilita e sistematiza toda a documentação necessária para a obtenção do selo orgânico, além de automatizar alguns controles da propriedade.
Essa e outras 11 propostas de soluções inovadoras foram apresentadas na final do Desafio Nordeste + Sustentável, que ocorreu no GO!RN, realizado no último fim de semana, no Centro de Convenções de Natal. O game teve início em junho, com a abertura das inscrições e seleção dos projetos. Os universitários também receberam capacitação baseada nas características do comportamento empreendedor, suporte para validação da proposta de negócio, consultorias e mentorias, que ajudaram os participantes no desafio estipulado às equipes.
Os participantes teriam que, após a visita da equipe a uma propriedade rural indicada pela competição, diagnosticar as dificuldades do produtor e transformá-las em soluções tecnológicas e inovadoras. Esse foi o desafio repassado e a última fase do concurso era justamente a exposição no evento. Os protótipos das 12 equipes finalistas foram analisados pela banca para definir a melhor ideia.
O desafio foi conduzido pelos consultores Maria Luisa Fontes, Bruno Félix e Marcelo Bandiera, a banca de jurados constituída por um consultor de projetos, representantes do SENAR e do MAPA, avaliou o desempenho dos participantes na apresentação dos pitches e os projetos em si a partir de critérios técnicos, como nível de inovação das ideias, projeção financeira e potencial de mercado. Ao término, concedeu o título de projeto mais inovador à equipe SerTão Devs, o grupo vindo de Angicos.
A gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae-RN, Mona Paula Nóbrega Lira, enfatizou que o Desafio Nordeste + Sustentável foi uma grande oportunidade de conectar alunos e produtores, gerando inovação na prática. “O resultado mostrou a capacidade e a riqueza de conhecimento que há dentro da academia e escolas e como isso pode e deve estar a serviço do campo e ainda gerar negócios inovadores”, avalia a gerente.
Veja os momentos da apresentação dos pitches dos 12 projetos fiinalistas:
“O desafio faz parte de um esforço para viabilizar o acesso a inovação ao produtor rural. No programa Nordeste + Sustentável, um dos requisitos de ação dentro do nosso esforço estratégico é atuarmos com a perspectiva de criar um ecossistema mais inovador, um ambiente onde o produtor se sinta motivado a melhorar, seja de fato criando um novo processo ou incrementando e, melhorando aquilo que já existe. Grandes ideias já fluem naturalmente na luta diária do produtor, ele melhor do que ninguém conhece as dores e os caminhos até fazer dar certo, então unir essa juventude que está na busca incessante de solucionar as dores do mundo, foi a combinação perfeita!”, detalha Elton Alves o escopo da 
A região do Vale do Açu concentra grande produção agrícola do estado devido à oferta de água, principalmente pela barragem Armando Ribeiro Gonçalves
