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Nível das startups potiguares impressiona mercado de investimentos durante rodada

Startups de todo o país participaram da rodada de investimentos no GO!RN e o nível de maturidade dos empreendedores do RN chamou a atenção dos investidores participantes.
Por Especial GO!RN 2023
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Natal – A qualidade e o nível de preparo dos empreendedores que estão à frente das startups do Rio Grande do Norte foram os aspectos que mais chamaram a atenção do mercado de investimentos. Os investidores e representantes de grandes corporates e fundos de venture capital, que participaram como âncoras da Rodada de Investimentos no GO!RN, mostraram-se surpresos com o nível de maturidade do ecossistema local para captação de recursos. A Rodada de Investimentos do GO!RN promoveu a aproximação entre 40 startups e 11 fundos de investimentos. Ao todo, foram realizadas 86 reuniões e há uma previsão de investimentos da ordem de R$ 3,8 milhões nas startups até março de 2024.

CEO da startup Hubbi, Igor Mesquita (a direita) conversa com o investidor Marco Maia, da Osten Moove. Fotos: Moraes Neto

“Tivemos uma ótima impressão das empresas que vieram para a rodada. Acho até que vieram empresas muito bem-preparadas para uma primeira rodada, pois a maioria com quem conversamos era a primeira vez. E já vieram sabendo do modelo para captação, do tipo de contrato que seria feito. Acredito que apenas uma ou outra precisa fazer uma reavaliação da quantidade solicitada”, confirma Marco Maia, que integra o conselho da Osten Moove, uma venture studio capital, de São Paulo.

Esse é o segundo ano que a empresa participa do evento, dessa vez com a expectativa de identificar startups para receber investimentos. Segundo Marco Maia, não houve uma concretização de uma parceria durante a rodada, no entanto, a investidora está de olho em pelo menos dois empreendimentos locais para fornecer apoio ao desenvolvimento desses negócios.

“Achei que o evento está muito bonito, muito organizado, e gostei também das empresas que se reuniram aqui conosco, Tudo deu uma evoluída muito boa. A gente achou que eles estão muito perto. Há uma outra empresa deveria ter participado da rodada, mas não veio porque ela está super atarefada. Porém, a gente está conversando para ver se há algum avanço”.

Critério de seleção

Sobre os critérios usados para a seleção das startups, ele informa que a Osten Moove busca empreendimentos em estágios iniciais para que possa desenvolver junto. “A gente entende que faz parte do investimento em inovação participar junto com as startups do melhor modelo. Não queremos só investir por investir, mas investir para que elas cresçam. É importante entender bem o negócio para construirmos juntos. Por isso que demora um certo tempo. Nós acreditamos que investir naquelas startups que estejam realmente em estágio inicial, Como a maioria que esteve presente na rodada, é um formato que pode contribuir para mais empreendedorismo mais inovação no país, principalmente no Nordeste”, revela Marco Maia.

O investidor Jaime Wagner, (a direita), da Wow Aceleradora, conversa com Pedro Vasconcelos, da startup PetLog

Outro investidor que percebeu o alto nível das startups do Rio Grande do Norte, foi WOW Aceleradora, que está entre os correalizadores e já direcionou investimentos para duas startups potiguares. A perspectiva de contemplar mais duas potiguares.

“O nível das startups e está muito bom, algumas até acima do que buscamos, que são startups que estão iniciando mesmo. Investimos até R$ 500 mil e algumas precisam de um valor superior”, explicou Jaime Wagner, representante da aceleradora, que já contempla em sua carteira de investimentos seis startups do Rio Grande do Norte.

A aceleradora mantém um programa de aceleração de novos negócios para receberem um lote de investimentos, o Bet, e duas startups que participam desse processo são do estado. “A cada quatro meses, a gente faz um processo de seleção onde entram cerca de 300 startups. São quatro etapas, desde a análise de formulário até a apresentação para todos os investidores do fundo. Só então selecionamos cinco startups daquelas 300 que entraram na seleção a cada 4 meses. Tenho certeza de que pelo menos mais uma ou duas daqui serão selecionadas nesse projeto”, prevê Jaime Wagner.

Prospecção de recursos

As expectativas para recebimento de recursos são alta entre os participantes da rodada. Igor Mesquita, CEO da Hubbi startup voltada para o setor de peças automotivas e de reposição. O empreendedor apresentou a proposta do negócio aos dois investidores citados e está animado com as possibilidades de parceria. Há dois anos no mercado, atuando em Natal, Recife, João Pessoa e São Paulo, a Hubbi atualmente conta com 18 colaboradores.

“Nós fizemos contatos com fundos de investimento, inclusive já somos investidos de um deles, mas gosto de manter um contato com outros fundos para que eles possam acompanhar o nosso crescimento e, no momento certo, eles venham participar de rodadas futuras”, afirma o empreendedor.

A Hubbi é um marketplace voltado para o setor de peças automotivas de reposição com diferencial pautado na tecnologia. A ferramenta identifica o veículo pela placa e consegue automaticamente verificar o ano, modelo, versão, chassi, número do motor e muito mais. São 26 informações técnicas do veículo que são obtidas só com a placa. A plataforma cruza essa informação com o portfólio de fabricação da indústria automotiva brasileira e assim identifica as peças certas e apropriadas para cada carro.

“Só digitando a placa do carro, o cliente consegue identificar as peças corretas, o que facilita muito e automatiza processos dentro de grandes corporações, como locadoras, seguradoras e até mesmo de oficinas”.

Outra startup que participou da rodada foi a Aprimore Sisedu, uma edtech, startup de educação comandada por três irmãs, as enfermeiras Patrícia, Priscila e Poliana Meireles. A empresa iniciou as atividades educativas em 2019 a vendendo cursos e treinamentos na área da enfermagem. Em 2021, evoluiu para uma editech. Neste ano, o time foi reforçado com Jucielly Fonseca, que depois da pandemia entrou na empresa como estagiária e tornou-se sócia, recentemente.

Participando pela primeira vez da Rodada de Investimento, a empresa fez contato com Learning Village e a GVAngels, ambas de São Paulo. Patrícia Meireles Explica a importância de participar de uma rodada de investimento.

Patrícia Meireles, durante as negociações da rodada de investimento

“A rodada, basicamente, nos posiciona diante de um mercado que é gigante, mas que muitas vezes é pouco acessível para quem é pequeno. Nos dá a possibilidade de estar diante de pessoas com uma bagagem profissional volumosíssima, capazes de aproximar você diante de outras pessoas estratégicas, como também colocar você perto de pessoas que têm um potencial financeiro para injetar um dinheiro, que pode muitas vezes definir entre a progressão e a estagnação do seu negócio”, diz.

A empresária destaca também o papel do Sebrae para viabilizar essa aproximação. “Como sempre, o Sebrae é como uma mãe para gente. Nos coloca em circunstâncias, em ambientes, que não conseguiríamos sozinhos. Simplesmente porque é no mundo dos negócios, mais vale realmente a lei de com quem você se relaciona. O Sebrae faz essa ponte entre a nossa empresa, o nosso negócio, e o mundo dos negócios”.