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Parnamirim/RN – A cotonicultura potiguar ganhou destaque na tarde desta segunda-feira (13), durante a programação da Agência Sebrae Festa do Boi 2025, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. O palco Juntos pelo Agro recebeu produtores, autoridades e parceiros institucionais para uma programação inteiramente voltada ao algodão agroecológico do Seridó, reforçando o protagonismo da agricultura familiar e o papel do setor na construção de uma economia mais sustentável.
Sob o tema “AgroSertão: Renovação da Vocação Produtora Algodoeira”, a tarde reuniu a apresentação dos resultados do quarto ciclo, o lançamento do ciclo 2026 do Projeto AgroSertão e homenagens aos produtores e parceiros que fortalecem a cotonicultura no Seridó. O ponto alto veio quando o palco Juntos pelo Agro se transformou em passarela, dando vida à Coleção Algodão Agroecológico da Riachuelo, criada a partir do cultivo apoiado pelo projeto. Os próprios agricultores desfilaram as peças, protagonizando um encontro simbólico entre o campo, a sustentabilidade e a moda potiguar.
O evento contou com a presença de Zeca Melo, diretor-superintendente do Sebrae-RN; João Hélio Cavalcanti, diretor técnico do Sebrae-RN; Sergina Dantas, gestora do Projeto AgroSertão e de Bioeconomia do Sebrae-RN; Renata Cavalcanti, gerente do Instituto Riachuelo; Marenilson Bezerra, pesquisador da Embrapa Algodão; Kleyton Dantas, prefeito de Carnaúba dos Dantas, representando os prefeitos da região; Luiz Gonzaga, chefe do Centro de Pesquisa da Embrapa Algodão; Rodrigo Maranhão, diretor-presidente da Emparn; Gilson Dantas, presidente do Geoparque Seridó; Josenilson Soares, secretário de Agricultura de São Vicente; e Ruan Lemos, gerente de negócios da Superintendência do Banco do Brasil.
Em sua fala, o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, destacou o papel coletivo do projeto e a importância das instituições parceiras na retomada da cotonicultura sustentável no Seridó.
“Todo esse esforço, todo esse investimento, todo esse desejo de transformar a vida de vocês tem um sentido. E o sentido maior é fazer, em primeiro lugar, vocês felizes. Não há felicidade maior do que estar no lugar que se ama, fazer o que gosta e ganhar o sustento com isso. O que buscamos é uma renda justa, capaz de fazer diferença na vida de cada agricultor”, afirmou.
Em seguida, Renata Cavalcanti, do Instituto Riachuelo, celebrou os resultados e anunciou novidades. “Nosso algodão agroecológico é livre de insumos químicos e carrega muito orgulho. É lindo ver o quanto o projeto cresceu em apenas quatro anos. Este ano tivemos a conquista de uma nova unidade de beneficiamento e vamos levar dois cases de sucesso para a COP30, em Belém: o do algodão agroecológico e o das cores naturais com o anil produzido na Paraíba”, contou
Do campo à passarela
Durante a programação dedicada à cotonicultura, o público acompanhou o momento mais esperado: a entrada dos agricultores e agricultoras do Seridó na passarela, sob a direção de George Azevedo, apresentando a Coleção Algodão Agroecológico da Riachuelo.
A coleção é resultado direto do cultivo apoiado pelo Projeto AgroSertão, com algodão 100% agroecológico, livre de agrotóxicos e cultivado com práticas regenerativas. Produzida nas fábricas do Grupo Guararapes, a linha reforça o compromisso da Riachuelo com a sustentabilidade e a valorização da produção local.
As camisetas são tingidas com pigmentos naturais, em uma cartela de cores inspirada nas paisagens do semiárido, refletindo a beleza da Caatinga e o ciclo da natureza. Renata Cavalcanti, do Instituto Riachuelo, destacou o orgulho em ver o algodão cultivado pelos produtores do Seridó transformado em produto final. “A cereja do bolo este ano foi a nossa camiseta, feita com algodão vindo de vocês e com corante totalmente natural. Hoje o dia é de vocês”, afirmou.
Entre as agricultoras participantes, Elizete Alves, de São Vicente, compartilhou a emoção de ver o resultado do próprio trabalho ganhar forma. “Não é só se apresentar, mas estar vestindo a roupa feita do algodão que a gente plantou. É uma emoção tão grande que chega a tocar a gente. É muito gratificante”, contou emocionada.
Filha e neta de agricultores, Elizete lembrou que o cultivo do algodão fez parte da sua infância e que, agora, retomou a tradição com o marido por meio do projeto.
A programação também contou com homenagens a produtores e produtoras que participam do AgroSertão desde o primeiro ciclo, reconhecendo o empenho de quem acreditou no projeto desde o início.
Entre elas, Helena de Sena, de Caicó, recebeu a homenagem com emoção.
“Foi muito gratificante, porque desde o início a gente está no projeto. Esse ano a chuva foi pouca, mas mesmo assim a gente plantou e colheu. Essa homenagem eu levo comigo com muito carinho”, contou.
A produtora lembrou que o começo foi o período mais desafiador, por ser algo novo, mas que hoje o algodão faz parte da rotina e até do bem-estar.
“É uma terapia. Amo plantar algodão. Sempre trabalhei com milho, feijão, hortaliça… mas o algodão é forte, resistente. A gente segue com fé e esperança de que o próximo ano seja ainda melhor.”
Agência Sebrae Festa do Boi
O Sebrae-RN participa da Festa do Boi 2025 com um espaço de 5 mil m² voltado à inovação, sustentabilidade e fortalecimento da economia potiguar. De 10 a 18 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, o público encontrará palestras, oficinas, exposições, experiências gastronômicas e oportunidades de negócios em diversas cadeias produtivas.
A programação inclui a Fazendinha Modelo, a Queijeira Artesanal Nivardo Melo, a Exposição de Queijos Artesanais do Brasil, o espaço Feito Potiguar e atividades da Economia Criativa, além de ações de educação ambiental e neutralização de carbono.
Mais informações: agenciasebraefestadoboi.com.br
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