Natal/RN – No terceiro e último dia do Conexão ODS 2025, o painel “Autoconhecimento na Prática” abriu as atividades. A psicóloga Nathalia Tatanka, fundadora do Movimento Saúde Mental, conduziu a apresentação, na qual ressaltou a importância de valorizar a inteligência ancestral e a força do coletivo.
Em seguida, o debate “Água como bem finito” reuniu diferentes perspectivas sobre os desafios da escassez hídrica e o consumo sustentável, sob mediação de Marcella Facó, analista de desenvolvimento urbano da Secretaria das Cidades.
Para CEO da SDW For All, Anna Luisa Beserra, é preciso repensar soluções e políticas públicas: “O tradicional não será suficiente para atender a todas as demandas. Precisamos criar alternativas adaptadas a cada realidade, com inovação e participação social.”
Raissa Bisol, gerente de sustentabilidade do Beach Park, destacou o papel estratégico do turismo na preservação dos recursos naturais, especialmente em destinos que dependem diretamente dos atrativos naturais para atrair visitantes. Segundo ela, a conscientização deve fazer parte de toda a jornada do turista, desde a chegada até a vivência no local.
“É papel do turismo ter um olhar atento à conservação, pois isso faz parte do negócio, e sua maior ferramenta é o engajamento, que oferece ao visitante a oportunidade de se envolver em boas práticas e promover mudanças de comportamento.”
O head de relações externas da Solar Coca-Cola, Arthur Ferraz, destacou um ponto crucial para a gestão sustentável da água. “É fundamental criar parcerias e capacitar as comunidades para gerir suas próprias estruturas de acesso à água, garantindo eficiência e autonomia.” Ele também alertou que as indústrias e empresas não podem esperar que o Estado resolva sozinho os desafios do saneamento básico, ressaltando a necessidade de uma atuação conjunta e responsável entre setores.
A coordenadora de sustentabilidade ambiental do Instituto AEAGA, Maira Sugawara, trouxe uma perspectiva importante sobre a escassez hídrica, considerando os impactos das mudanças climáticas, especialmente em territórios mais vulneráveis. Ela ressaltou que a questão da água envolve não apenas a quantidade disponível, mas também a qualidade do recurso. Segundo Maira, é fundamental “olhar para cada território de forma singular, compreendendo suas particularidades para, assim, implementar soluções que sejam efetivas e que possam ser escaladas para atender uma população cada vez mais diversa.”

O último dia do Conexão ODS 2025 também contou com o painel “Circular para Avançar — A necessidade de repensar processos produtivos”. A conversa, moderada por Mona Paula Nóbrega, gerente do Sebrae RN, reuniu líderes do setor público e privado para discutir a urgência de transformar os modelos de produção para um formato mais sustentável e circular. O painel abordou temas que dialogam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, destacando a importância da indústria, inovação e infraestrutura (ODS 9); a construção de cidades e comunidades mais sustentáveis (ODS 11); o consumo e produção responsáveis (ODS 12); além da preservação da vida nos ambientes aquáticos (ODS 14) e terrestres (ODS 15).

Sobre a Conexão ODS
A Conexão ODS é uma iniciativa colaborativa que reúne lideranças empresariais, representantes de governos, instituições, organizações da sociedade civil e comunidades para acelerar a implementação da Agenda 2030 no Brasil. Promovido por Somos Um, Pacto Global – Rede Brasil, Sebrae-RN e Centro Sebrae de Sustentabilidade, o evento tem formato itinerante e temático, estimulando a construção de soluções sustentáveis por meio do diálogo, da articulação e da formação de parcerias estratégicas. A programação inclui debates sobre justiça climática, uso consciente da água, investimentos de impacto, novos modelos de negócios e outros temas centrais para a transição rumo a um futuro mais justo e resiliente.