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Fórum da Fruticultura aponta oportunidades e alerta para novos mercados

Parte da Expofruit, evento adverte para importância de diversificar destinos da fruta potiguar, diante de riscos no comércio internacional
Por Especial Expofruit 2025
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Apesar de ser o terceiro maior produtor mundial de frutas, o Brasil figura na 24ª posição no ranking global de exportações do produto. Além disso, 85% desse comércio está concentrado em países da União Europeia (58%), Reino Unido (15%) e Estados Unidos (12%). Tal concentração, segundo especialistas, representa risco e impõe ao setor a necessidade de diversificar mercados, sobretudo no atual cenário de incertezas no comércio internacional, impulsionadas pelo “tarifaço” dos EUA.

Esse foi um dos principais temas na abertura do Fórum da Fruticultura, na manhã desta quinta-feira (21), no auditório da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró. O Fórum compõe a programação científica da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), referência internacional do setor e aberta oficialmente ontem (20).

Em palestra no Fórum, o gerente de Projetos da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge de Souza, alertou que o Brasil está perdendo grande oportunidade.

Temos demanda de fruta e o mundo inteiro quer nossa fruta. Tem oportunidade em todo lugar. Felizmente, apenas 12% da exportação da fruta brasileira é para os Estados Unidos. Tem que buscar diversificação de mercado, defendeu Jorge de Souza, gerente da Abrafrutas, na Panorama da Fruticultura de Exportação e a Importância da ESG.

Nesse contexto, Jorge de Souza avaliou que o Rio Grande do Norte já alcançou patamar de alta competitividade na fruticultura irrigada. Porém, a dependência de poucos destinos comerciais pode comprometer o setor em momentos de oscilação de demanda.

Segundo ele, a diversificação de mercados é essencial para garantir estabilidade e sustentabilidade econômica para o segmento. “Se um mercado reduzir as compras, outros precisam estar abertos e prontos para absorver nossa produção”, frisou Souza.

Como exemplo, citou a abertura de mercados asiáticos para os produtos potiguares. A estratégia, segundo ele, pode começar com operações em volumes menores, mas que já funcionariam como porta de entrada para consolidar a marca “Rio Grande do Norte” no exterior. “É colocar o nome do estado no mapa. Estando presente, cria-se espaço para o aumento dos volumes ao longo do tempo”, explicou.

União e resultados

Presente à abertura do Fórum da Fruticultura, o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, destacou a importância do evento como espaço de disseminação de conhecimento e integração entre os diversos atores da cadeia produtiva da fruticultura. Conforme ele, a Feira vai além da exposição de produtos, sendo um ambiente propício para abrir horizontes, fomentar ideias inovadoras e preparar as futuras gerações — especialmente os estudantes — para os desafios do setor.

João Hélio acrescentou que a união entre grandes e pequenos empreendedores, apoiada por iniciativas de crédito consciente, gestão empresarial e acesso à inovação, tem gerado frutos concretos.

Empresas que há dois anos eram iniciantes hoje se destacam no mercado, evidenciando o impacto positivo da Expofruit na geração de trabalho, renda e fortalecimento da fruticultura regional, pontuou o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti.

O exemplo de Lucas Gusmão, produtor de manga, banana e mamão no Distrito Irrigado do Baixo-Açu (Diba), ilustra essa trajetória. Ele trabalha na primeira produção, com a expectativa de colher 150 toneladas, e exportará, em fevereiro/março, mangas keity e palmer para a Europa. Sobre o atual momento, ele se mostra consciente. “Muito importante buscar novos mercados”, afirmou Gusmão.

Programação

O Fórum da Fruticultura ainda contou com palestra de Anderson Jorge Dib (Especialista – ApexBrasil), sobre “O papel da ApexBrasil na Promoção das Exportações Brasileiras”, e de Manoel Eliseu (SEBRAE/SENAR) – “Fruticultura Regenerativa – Produção Sustentável”. O evento foi encerrado com mesa redonda, com representantes do Coex, Sebrae, Abrafrutas e Ufersa sobre resultados e desafios da fruticultura potiguar, a partir dos temas abordados no Fórum.

A Expofruit continua até amanhã (22). É realizada pelo Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e Sebrae-RN, reunindo produtores, empresários, pesquisadores, compradores e instituições parceiras em um ambiente de negócios, inovação e conhecimento, fortalecendo ainda mais a cadeia produtiva da fruticultura tropical irrigada.

Os estandes da feira funcionam à noite, na Estação das Artes Elizeu Ventania. A programação científica continua no auditório da Ufersa, na tarde desta quinta-feira, com o Fórum da Cajucultura, e o 2° Encontro De Cooperativismo Potiguar, amanhã, às 8h. Paralelamente, ocorre rodadas internacionais de negócio (ontem e hoje), no Hotel Thermas, parceria entre Apex Brasil, Abrafrutas e Sebrae.

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