A combinação de solos férteis com disponibilidade de água faz da Chapada do Apodi, no Médio Oeste Potiguar, laboratório perfeito para novas tecnologias, inovação, sustentabilidade no semiárido. Com cerca de 160 mil hectares de terras produtivas, abundância de água no subsolo e a Barragem de Santa Cruz, a região é estratégica para irrigação sustentável e segurança hídrica no Nordeste. Esse cenário foi pano de fundo para o V Seminário da Fruticultura do Médio Oeste e o Fórum das Águas, na última quinta-feira (6), no Campus Apodi do IFRN.
Promovidos pelo Sebrae RN, IFRN, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Prefeitura de Apodi, os dois eventos compõem a programação de abertura da 5ª edição da Feira Multissetorial do Médio Oeste (Femulti 2025), que começou na noite desta quinta-feira e seguirá até o próximo sábado (8), na Praça Dom José Freire, em Apodi. As atividades reuniram pesquisadores, estudantes, produtores e autoridades regionais no debate sobre inovação, sustentabilidade e tecnologia no campo.
Entre os palestrantes, o engenheiro agrônomo Michel Cosme, presidente do Distrito de Irrigação Baixo-Açu (DIBA) e proprietário da Frutan, mostrou como a fruticultura regenerativa e o uso de bioinsumos está transformando a produção de frutas em Alto do Rodrigues. Lá, fruticultores assistidos pelo Projeto de Fruticultura do Sebrae RN celebram maior controle de pragas, queda no uso de fertilizantes convencionais e a redução de até 40% nos custos com insumos.
Cosme é um dos impactados pelo projeto. “Antes da consultoria eu pagava R$ 60 mil por um caminhão de fertilizante no mês, e agora, com os bioinsumos que produzo, já tem dois meses que não compro fertilizantes. Ou seja, a curto prazo, uma economia de R$ 120 mil, com resultados muito positivos no combate a pragas e melhoria do solo, da planta”, conta o presidente do DIBA, ao apresentar a novidade na Chapada do Apodi.
Produção e sustentabilidade
Além desse tema, o V Seminário da Fruticultura do Médio Oeste e o Fórum das Águas abordaram Pitaya como alternativa econômica sustentável, por Luana Mendes de Oliveira; Uso eficiente de drones na agricultura, por Agrônomo Júlio Marcos (Vale Drone) e qualidade da água para irrigação, por Nildo da Silva Dias, vice-reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).
O gestor do projeto de fruticultura do Sebrae RN, Franco Marinho, destacou que o Seminário de Fruticultura reuniu referências do setor agropecuário no debate de temas de importância para a agricultura regional; e que o Fórum das Águas, realizado de forma paralela ao seminário, enfocou o uso da água no Rio Grande do Norte, especialmente nas regiões agrícolas dependentes de irrigação.
Segundo ele, os eventos foram exitosos para troca de experiências e construção de políticas que conciliem produção agrícola e sustentabilidade. “Um momento relevante, com uma programação rica, trazendo para os estudantes, para os produtores, para os extensionistas e interessados o que tem de novo para o setor produtivo, no que diz respeito à inovação, novas tecnologias, enfim, no que pode trazer de melhor para os produtores do Médio Oeste”, destacou.
Empreendedorismo e entretenimento
Antecedida pelo V Seminário da Fruticultura do Médio Oeste e o Fórum das Águas, a Femulti 2025 é uma feira multisetorial, com apoio do Sebrae RN, outros correalizadores e parceiros. O evento cresce a cada ano e, nessa quinta edição, tem como tema “Tendências que transformam nossa região”, trazendo inovação, conhecimento e cultura para o centro do debate sobre o futuro do desenvolvimento regional.
A Femulti soma cerca de 70 expositores, que evidenciam a agricultura familiar, o artesanato regional, moda e beleza, negócios e serviços, cultura e inovação. Conta ainda com rodadas de negócios, aulas-show, festival gastronômico (na sua 4ª edição) e programação cultural, com desfiles, shows e outras apresentações musicais, unindo empreendedorismo e entretenimento em um mesmo espaço.

