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Projeto pioneiro no Alto Oeste Potiguar estimula empreendedorismo na comunidade LGBT+

Lançado em Pau dos Ferros, Projeto Empreende LGBT+ consiste em ações específicas com foco na geração de pequenos negócios liderados por representantes da comunidade
Por Redação
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Pau dos Ferros/RN – A comunidade LGBTI passa a contar com ferramentas de qualificação específicas de apoio à criação e expansão de negócios. Pioneiro no Alto Oeste Potiguar, a iniciativa do Sebrae RN é desenvolvida por meio da Agência Sebrae no Alto Oeste, instalada no município de Pau dos Ferros. Lançado na noite desta quinta-feira (24), na sede da agência, o Projeto Empreende LGBT+ objetiva contribuir para o crescimento econômico local e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa a partir do estímulo à geração de pequenos negócios liderados por representantes da comunidade.

O Empreende LGBT+ consiste em uma trilha de capacitações e mentorias de suporte divididas em cinco módulos temáticos: orgulho de empreender – mentalidade empreendedora: desenvolvimento de habilidades e atitudes empreendedoras; inovação sem fronteiras – identificação de oportunidades: como transformar desafios em oportunidades de negócio; ideias que inspiram modelagem de negócios: estruturas e ferramentas para desenvolver um modelo de negócio; estruturando sonhos inclusivos – formalização do negócio: passos para registrar e formalizar a empresa; marketing que transforma – identidade de marca: como construir uma marca que reflita os valores da comunidade LGBT.

Idealizador do projeto, Marcos Vinícios Lima, trainee do Sebrae RN, explica que o projeto surge com o intuito de gerar oportunidades de negócios, com ênfase na criação de um ambiente mais justo e acolhedor para a comunidade LGBTI. Segundo ele, a iniciativa se configura, ainda, como política afirmativa no combate à discriminação, ao promover a inclusão por meio do estímulo ao empreendedorismo.

“A ideia surgiu ao observar a realidade enfrentada por pessoas LGBTI no mercado de trabalho local, que, apesar de avanços, ainda registra muito preconceito e limitações. Nesse contexto, o empreendedorismo surge como uma solução viável, oferecendo a liberdade de criar e gerenciar negócios em um ambiente onde é possível implementar práticas inclusivas desde o início. Por isso, é fundamental apoiar e capacitar profissionais LGBTI, para que prosperem como empreendedores e líderes em seus próprios negócios, melhorando a representação e a visibilidade da comunidade LGBTI no setor empresarial e promovendo práticas de negócios mais inclusivas”, pontua Lima.

Ações inclusivas

O gerente da Agência Sebrae no Alto Oeste, Renato Gouveia, explica que o Empreende LGBT+ é mais uma ação institucional realizada pelo Sebrae na região em prol da inclusão social, que já atua em projetos voltados às Pessoas Com Deficiência (PCDs), povos quilombolas e no empoderamento feminino.

“Estamos trabalhando fortemente em projetos e políticas públicas que promovam o fortalecimento de grupos e a inclusão social por meio do empreendedorismo, e estamos muito otimistas com os resultados que poderemos alcançar com o Empreende LGBT+, que tem muito a contribuir para a inclusão da comunidade, que ainda é muito marginalizada e excluída pela sociedade. Que o projeto seja uma semente que possa gerar uma árvore frondosa e com bons frutos, dando dignidade, incluindo e fortalecendo os indivíduos e a economia”, enfatiza.

Mercado de trabalho e discriminação

No Brasil, não há dados específicos referentes ao empreendedorismo dentro da comunidade LGBT+. Mas, segundo pesquisa realizada pelo Linkedin (2019), apenas metade dos profissionais LGBTs brasileiros são abertamente assumidos no ambiente de trabalho, e 35% já sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho. Ainda de acordo com o levantamento, 12% já sofreram discriminação direta por líderes e gestores.

Levantamento produzido pela Center for Talent Innovation (2023), denominado Out in the World: Securing LGBT Rights in the Global Marketplace (No mundo: garantindo os direitos LGBT no mercado global, em tradução livre), aponta ainda que 61% dos profissionais LGBT+ não se assumem no trabalho por medo de perder o emprego.

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